domingo, 29 de abril de 2018

Prefeito comenta denúncia e diz que está ‘tranquilo’

Novo pedido de cassação diz respeito à concessão do transporte circular

Em entrevista a uma emissora de rádio, o prefeito José Maria Costa (PPS) foi questionado a respeito da nova denúncia que pede a cassação do seu mandato eletivo. As declarações foi ar na última quarta-feira, 25.

Prefeito José Maria Costa (FOTO: Diego dos Reis/Arquivo Expresso Piraju)

José Maria disse que já esperava a apresentação da denúncia e que está “tranquilo” com relação à forma como se deu a transferência da concessão do transporte circular da Viação Piraju para a Viação Riopardense. “Nós temos parecer jurídico e parecer técnico”, afirma.

Na sequência, o prefeito relatou desconhecer o teor da denúncia, alegando que tomará ciência do caso assim que for notificado pela CP.

Ao falar sobre os parlamentares que foram sorteados para compor a comissão, José Maria referiu-se a Reginaldo Rodrigues (PSC) – um dos membros da CP – como “nosso vereador”.

Sem citar nome, o prefeito qualificou o denunciante, o advogado Glauco Montilha, como o “nosso freguês”, uma vez que, na denúncia que ensejou na CP cujo relatório ainda não foi votado na Câmara (leiamais), o profissional deu sustentação jurídica ao pedido de cassação.

DENÚNCIA

Na semana passada, a Câmara Municipal instaurou uma nova CP (Comissão Processante) para investigar possíveis irregularidades praticadas pelo prefeito José Maria Costa (PPS). O caso versa sobre a concessão do transporte circular.

A comissão foi criada após denúncia formulada pelo advogado Glauco Montilha, o mesmo que deu sustentação jurídica à representação que ensejou na CP instaurada em dezembro de 2017 a pedido do ex-chefe do Setor de Transportes do Departamento Municipal de Saúde, Maurício Garcia.

Segundo Montilha, o prefeito “incorreu em flagrante ilegalidade” ao ter autorizado a transferência da concessão do serviço da Viação Piraju para a Viação Rio Pardense. O denunciante alega que a medida contraria a lei federal nº 8.666, que estabelece normas sobre licitações e contratos administrativos.

“O prefeito inicialmente renovou a concessão para depois autorizar a mudança de concessionária, escolhendo a empresa que mais simpatizava, em flagrante descumprimento ao princípio da proposta mais vantajosa que rege a lei de licitações”, afirma o denunciante.

O advogado argumenta a denúncia citando que, no dia 27 de julho de 2017, o prefeito prorrogou a concessão do transporte, que até então estava sob a responsabilidade da Viação Piraju, por um período de 72 meses (6 anos). Praticamente um mês depois, alega Montilha, José Maria alterou uma cláusula contratual inserindo a possibilidade de sublocação ou transferência do serviço em caso de extinção do contrato.

No dia 31 de agosto do ano passado, a concessão foi transferida à Viação Riopardense. De acordo com Montilha, a medida adotada foi feita “ao bel prazer” do prefeito, impedindo o município de ter acesso a “propostas mais vantajosas”. O denunciante alega ainda que os veículos que compõem a frota da atual concessionária são os mesmos da Viação Piraju, os quais tiveram apenas uma “mudança visual”.

Montilha solicita a cassação do mandato eletivo do prefeito José Maria por prática de improbidade administrativa, uma vez que “burlou” a legislação que exige licitação em casos como esse, gerando prejuízo ao erário público.

Lida em plenário, a denúncia foi acolhida por unanimidade de votos. Na mesma sessão, os vereadores realizaram o sorteio da composição da CP e, na sequência, a definição das funções de cada integrante. A comissão conta com os seguintes membros: José Carlos Nunes (presidente), Antonio Carlos Correa (relator) e Reginaldo Rodrigues (membro).

A comissão tem 90 dias para investigar o caso. De acordo com a secretaria da Casa de Leis, assim que for notificado pela CP, o prefeito José Maria terá 10 dias para apresentar defesa.

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