terça-feira, 14 de agosto de 2018

Reportagem visita asilo de Piraju após o Dia dos Pais

Atualmente, mais de 40 homens e mulheres vivem na instituição

Como os idosos do Asilo São Vicente de Paulo de Piraju passaram o Dia dos Pais? Ontem, 13, a reportagem visitou a entidade para conferir como a data foi comemorada pelos assistidos.

FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

Segundo a direção do asilo, 18 homens vivem atualmente na instituição, dos quais 11 não têm filhos. Dos 7 restantes, apenas 4 receberam visita de seus familiares – a maioria filhos – no último domingo.

Em momentos como esse, os idosos que não recebem visita geralmente acabam recebendo atenção das pessoas com as quais não possuem laços consanguíneos. O inverso também acontece, ou seja, os próprios assistidos se aproximam das visitas para fugir da rotina.

E é justamente essa rotina que precisa chegar ao conhecimento de todos. Com exceção do fluxo de pessoas em datas comemorativas ou nos eventos realizados pela entidade, o asilo transborda carência afetiva.

Essa deficiência, frise-se bem, não é por culpa dos voluntários e profissionais que ali depositam seus esforços 24 horas por dia, mas sim dos familiares, sobretudo, e da comunidade de uma forma geral.

Se pudéssemos colocar tudo isso num gráfico, veríamos que os idosos têm picos de abundante visitação (nos eventos, por exemplo) e uma linha contínua de visitas que não suprem a sede de afeto de cada um dos 42 homens e mulheres que vivem no asilo.

Esse foi o cenário que a reportagem encontrou após o Dia dos Pais. A entidade estava imersa num silêncio gritante. Alguns idosos estavam tomando sol. Outros estavam dormindo como crianças.
A presença da reportagem no pátio do asilo despertou atenção de vários homens. Um deles emitiu um “oi” bastante intenso, como se quisesse, a partir daquela vocalização, expressar sua alegria com a presença de alguém estranho.

É triste visitar o asilo, porém é mais triste a situação dos idosos que não têm outra opção senão ficar ali, à espera do último suspiro. Os dias devem ser pesados pra quem não tem nenhum familiar por perto, apenas pessoas compartilhando o mesmo espaço e as mesmas saudades. Os dias não passam de uma repetição do dia anterior.

Se você, leitor, ficou sensibilizado com esse relato, dedique uma hora do seu dia para trocar um dedo de prosa com os idosos. A entidade fica aberta ao público todos os dias da semana, das 8h às 18h. 

FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

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