quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Prefeito instaura sindicância para apurar denúncia de funcionários

O caso envolve o atendimento técnico prestado no Centro de Controle de Zoonoses

26/01/2012 – 16h04

REVOLTA - Luis Fernandes (centro) mostra a situação
dos animais às voluntárias da APRAPI
Na manhã de ontem, 25, a reportagem da rádio Eduvale FM foi chamada para acompanhar a Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI) numa diligência até o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), localizado na Av. Luiz Martignoni.

De acordo com o servidor municipal Luis Fernandes – que até então trabalhava na higienização das baias –, os animais não recebem atendimento adequado pela responsável técnica do CCZ, Samantha Garbelotti. Ele afirma que há casos de cachorros que adquiriram doenças no local. “[Os animais] ficam fechados aqui sem tratamento”, afirma. Além disso, o funcionário diz que a eutanásia é usada de forma abusiva. “Não tem justificativa nenhuma. Você vai sacrificar um cachorro porque ele é velho?”, questiona.

Outra deficiência apontada pelo servidor diz respeito à falta de materiais para desinfetar as baias. “A gente não tem cloro, não tem desinfetante”, conta.

Todos os detalhes da denúncia foram apresentados à APRAPI. A entidade fotografou várias baias e ouviu a veterinária responsável. A profissional evitou falar com a imprensa. Em conversa com o blog, Garbelotti falou apenas que tomará algumas medidas antes de comentar as acusações.

Para Maria Aparecida Alves de Souza, que integra a entidade protetora dos animais, a situação encontrada é preocupante. “Está muito a desejar isso aqui”, afirma. A voluntária constatou que as baias não possuem estrado, fato que compromete a saúde dos animais durante a limpeza. “Os animais estão deitados no molhado.”

FLAGRANTE - Uma das deficiências apontadas é a falta
de estrado e potes (detalhe) para armazenar a comida
dos cães
No mesmo dia, o setor de Recursos Humanos anunciou que Fernandes, ocupante do cargo de auxiliar de serviços gerais, seria transferido para o Parque Municipal do Dourado. A decisão deixou o denunciante inconformado. “Eu espero que seja feito justiça. Eu estou sendo arrancado daqui a força,” disse.

A mesma decisão recaiu sobre os ombros de Fábio Tena. Ele também alega que o CCZ não está trabalhando em prol do bem-estar dos animais. No jornal do meio-dia da Eduvale FM, ele confirmou a veracidade da denúncia de Fernandes. Informações ainda não confirmadas apontam que o funcionário será remanejado para o setor de ambulâncias.

Célia Vilas Boas, voluntária da APRAPI, se comprometeu a agendar uma audiência com o promotor de Justiça. Ela espera que o Ministério Público investigue as acusações.

Na manhã de hoje, 26, o diretor do Departamento Municipal de Saúde (DESAU), Sergio da Fonte Sanches, disse à reportagem do blog que o prefeito Francisco Rodrigues solicitou a instauração de uma sindicância para esclarecer as acusações. “São denúncias taxativas, que merecem uma investigação de grande porte”, citou.

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