Cerca de 300 pessoas estiveram
ontem à noite na Câmara Municipal de Piraju para protestar contra os projetos
que pretendem favorecer os interesses da empresa ECBrasil, do Rio Grande do
Sul, que ainda intenciona construir uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) no
último trecho natural do Rio Paranapanema.
Moedas foram jogadas na mesa do vereador João Fernando José; o parlamentar se sentiu ofendido (FOTO: Expresso Piraju) |
Com faixas e cartazes, os
manifestantes vaiaram os vereadores favoráveis aos projetos antes, durante e
depois da sessão. Organizações ambientais e grupos antiusinas não pouparam
palavras para criticar os parlamentares, que preferiram engolir a seco as
declarações a ter que rebater cada uma delas. Dentro da Casa de Leis, um cartaz
com a mensagem ‘Fora, bandido$’ foi exibido até o final da reunião.
Para garantir a segurança dos
vereadores, o presidente do Legislativo, José Carlos Brandini, o Brandini do
Gás (PSD), solicitou a presença da PM, que enviou duas viaturas, cada uma com
dois militares. Felizmente, o clima tenso ficou restrito a agressões verbais.
Alguns manifestantes jogaram
moedas no plenário para dizer que os seis parlamentares que assinaram os
projetos foram ‘comprados’ pela empresa sulista.
Cartaz com a mensagem "Fora, vendido$" (FOTO: Expresso Piraju) |
Depois de duas horas de sessão, o
público saiu do prédio da Câmara confiante de que os projetos – que apenas
foram lidos – serão discutidos com as suas respectivas contestações, as quais
foram apresentadas pelo vereador Luciano Louzada (PMDB), ferrenho defensor do
Paranapanema.
Redigidas pelo ex-assessor
jurídico da Casa, dr. José Silvestre, as contestações mostram que os projetos
são inconstitucionais, especialmente porque invadem a ossada do Executivo,
único capaz de enviar matérias dessa natureza aos vereadores.
Além disso, um dos projetos prevê
que o Plano Diretor seja alterado sem qualquer parecer do Conselho de
Desenvolvimento Urbano (CDU). Para Louzada, os projetos não deveriam ter sido
acolhidos pelo presidente da Casa.
Na próxima sessão ordinária,
prevista para ocorrer no dia 11, os projetos serão reapresentados e colocados
em primeira votação.
Um comentário:
Quando algum cidadão assume um posição de vereador, eleito pelo voto popular, não deve tomar decisões baseado em pensamentos pessoais, pois esta posição ocupada é de representação de um povo, de uma cidade. Suas posturas e forma de legislar devem ser baseadas em dados concretos e avaliações técnicas, para que toda uma comunidade não venha ser prejudicada. Baseado nesses princípios requeremos dos vereadores favoráveis a construção de uma nova usina em Piraju, os laudos técnicos, que declaram que é inevitável a instalação desta em nossa cidade, qual a receita gerada pelas usinas atuais para os cofres públicos do município, qual o projeto técnico elaborado pelos senhores para uma contrapartida da empresa se tal construção vier a ser aprovada, quanto vale na visão dos senhores o último trecho natural do Rio Paranapanema em nossa cidade?Ou as importantes decisões que estão sendo tomadas se baseiam em preságios ruins, em posturas pessoais? Pedimos uma explicação coerente a esse respeito, pois até o presente momento o que vemos é um postura obscura nessa questão, baseado em que as leis atuais de proteção ambiental de nossa cidade devem ser revogadas?Algum "nobre" vereador pode se manisfestar a respeito?
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