Os três
projetos que intencionavam abrir caminho para a construção de mais uma usina
hidrelétrica no Rio Paranapanema, em Piraju, foram retirados na sessão da
última terça-feira, 4. De autoria do vereador Rubens Alves de Lima (PSB), as
proposituras receberam parecer contrário da Comissão de Justiça e Redação (CJR),
presidida pelo vereador José Eduardo Pozza (PTB).
FOTO: José Carlos Garcia |
Rubens
não fez objeção ao parecer da CJR. Durante a apreciação do assunto, ele
solicitou a retirada dos projetos. A decisão foi comemorada pelas pessoas que
estavam acompanhando a sessão. Os cidadãos que estavam no auditório gritaram
repetidamente “Arra, urru. O Panema é nosso.”.
A
sessão que sacramentou a vitória dos ambientalistas foi bastante tumultuada.
Dos cerca de 400 manifestantes que estavam na Câmara Municipal, apenas 100
puderam entrar. A restrição partiu do presidente da Casa, José Carlos Brandini
(PSD), que levou em consideração os excessos registrados na sessão anterior (veja mais). Assim como na vez passada,
a polícia militar foi chamada para reprimir eventuais abusos.
Em
maio, uma situação semelhante foi registrada na Câmara Municipal. Na
oportunidade, o projeto encabeçado por Brandini foi retirado da pauta após
parecer contrário do então procurador jurídico José Silvestre. A matéria tinha
o mesmo objetivo: atender os interesses da ECBrasil, empresa do Rio Grande do
Sul que ainda pretende construir uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no
Paranapanema.
APAGÃO
Uma
sabotagem no sistema de iluminação deixou o prédio do Legislativo às escuras.
De acordo com o que foi apurado, uma pessoa ainda não identificada retirou os
fusíveis da caixa de energia. O apagão durou 40 minutos. No decorrer da semana,
uma pessoa foi apontada como responsável pelo crime. Em entrevista à rádio
Piratininga, Brandini afirmou que os fusíveis foram retirados por Danilo
Caramaschi. “Os vizinhos daqui em frente à Câmara viram que era ele. Ele tirou
os fusíveis e saiu correndo. É uma falta de respeito um caboclo até meio
estudado fazer uma bagunça dessa”, diz.
A
declaração repercutiu. Na mesma emissora, Caramaschi disse que irá procurar os
meios legais para responsabilizar o presidente da Casa. Ele contou que estava
fazendo um serviço de manutenção no Cinemax quando a energia foi desligada.
Indignado
com o desfecho do caso, Brandini, declarado defensor do empreendimento, irá
acionar judicialmente cerca de vinte pessoas que estavam na sessão. “[Na
democracia] tem que ter os contra e os a favor, desde que seja uma democracia
no silêncio. O que eles fizeram foi uma palhaçada.”
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