quarta-feira, 1 de maio de 2013

A contragosto da população, Piraju voltará a receber presos

Abaixo-assinado e apelo de representantes da população não conseguirão embargar a reativação da cadeia; projeto ainda não foi aprovado pela prefeitura

INVESTIMENTO - A reforma e ampliação do prédio estão orçadas em R$ 1 milhão

Enquanto aguarda aprovação do projeto que prevê a reativação da cadeia pública de Piraju, o delegado dr. Jorge Cardoso de Oliveira, responsável pela Delegacia Seccional de Avaré, tem cumprido uma agenda de esclarecimentos para mostrar que a proposta não irá trazer transtornos à população, sobretudo aos moradores que residem nas imediações do prédio.

Na foto, os delegados Jorge Cardoso de Oliveira e
Alberto Bueno Correa Filho
FOTO: Expresso Piraju
No dia 22 do mês passado, os vereadores do município se reuniram com o delegado. O encontro aconteceu no plenário da Câmara Municipal. Na oportunidade, o presidente da Casa, João Fernando José (PMDB), se mostrou decepcionado com o fato de a reativação ser “um processo quase irreversível”, mesmo com a existência de um abaixo-assinado com quase duas mil assinaturas contrárias à obra.

O porta-voz do prefeito na Câmara Municipal, Luciano Louzada (PMDB), cobrou dos responsáveis um amplo trabalho de divulgação para mostrar que a reativação não é passível de embargo, já que não contraria nenhuma legislação vigente, a começar pelo Plano Diretor de Piraju.

Solícito ao apelo dos vereadores, o delegado confirmou, no mesmo dia, que se reuniria com a imprensa para sanar todas as dúvidas acerca do projeto. A coletiva aconteceu na manhã de terça-feira, 30, nas dependências do 1º Distrito Policial.

O responsável disse que a transformação da cadeia numa “unidade de trânsito” levou em consideração diversos fatores, como a “localização estratégica” do município, que fica próximo ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira César. Segundo ele, tão logo a reativação seja feita, as cadeias de Manduri, Tejupá e Sarutaiá serão desativadas. As pessoas presas nesses municípios serão trazidas para Piraju.

O dr. Tadeu de Castro (foto), delegado-assistente
da Delegacia Seccional de Avaré, disse que, depois
da reativação da cadeia, a área em torno do prédio
será "valorizada"
FOTO: Expresso Piraju
A centralização dos presos fará com que os carcereiros dessas cadeias da região passem a trabalhar nessa nova unidade. Outra vantagem – para o Estado – é a alimentação dos presos, cujo contrato de fornecimento poderá ser feito com uma margem mais segura de encarcerados.

Com relação à quantidade de presos na unidade, dr. Jorge disse que a expectativa é de que o local abrigue, em média, 20 detentos por mês. O número representa metade da capacidade de alojamento do prédio. De acordo com o projeto, a cadeia continuará com 10 celas.

Questionado sobre a permanência de presos de alta periculosidade, o delegado garantiu que pessoas nessa condição serão enviadas imediatamente para o CDP. “A inclusão será absolutamente direta”, afirma.

Segundo o release apresentado à imprensa, “os presos que derem entrada à noite e aos finais de semana permanecerão recolhidos até o primeiro dia útil, quando serão transferidos para o CDP de Cerqueira César. Os presos que cumprem prisão civil (dívida de pensão alimentícia) também ficarão recolhidos no máximo por 30 dias”.

O blog Expresso Piraju selecionou os principais momentos da coletiva. Confira o vídeo.


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