Desvio de materiais recicláveis ainda é uma realidade em Piraju

Prática realizada por catadores autônomos prejudica associados

FLAGRANTE - O desvio costuma acontecer minutos antes da chegada dos funcionários da
coleta seletiva; outro problema verificado é que nem sempre as sacolas são devidamente
fechadas pelos autônomos, fato que pode atrasar o itinerário do programa
FOTO: Expresso Piraju

O material depositado nas sacolas vermelhas continua sendo desviado por catadores autônomos. Desde que foi implantado na cidade, o programa de coleta seletiva tem sofrido interferência de pessoas que não querem fazer parte da Associação dos Catadores de Lixo Urbano (ACLU). Os autônomos alegam que, do ponto de vista financeiro, o trabalho informal é mais vantajoso.

Por outro lado, a ACLU sente os prejuízos provocados pela falta de alguns materiais na usina de reciclagem. O alumínio é o principal material que menos tem aparecido nas sacolas. Isso ocorre porque alguns autônomos se apropriam desses materiais antes da coleta realizada pela prefeitura municipal, comprometendo o orçamento de 26 associados que trabalham todos os dias no aterro sanitário.

Na semana passada, uma mulher foi flagrada pelo blog Expresso Piraju abrindo uma sacola na Rua José Tossi, Jardim Jurumirim. Ela selecionou alguns recicláveis, colocou-os numa outra sacola e depois fechou a embalagem oferecida pelo programa. Dada a tranqüilidade com que realizou o desvio, uma vez que várias pessoas estavam passando pela rua, a prática aparentou fazer parte da rotina da autônoma.

Na última vez que falou oficialmente sobre o assunto, a prefeitura classificou o desvio como “roubo do patrimônio público”. A afirmação foi feita em março desse ano pelo diretor do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente (DEAMA), Toni Meira. Segundo ele, “quando o indivíduo coleta seu lixo na rua, esse lixo é automaticamente um patrimônio público”.