domingo, 23 de fevereiro de 2014

Prova de paciência: aceite que uma família de maritacas faça ninho na sua casa

Diego dos Reis de Oliveira

FOTO: Diego dos Reis de Oliveira

Se antes eu enfrentava uma rotina de estresse por conta da grande quantidade de pardais que existia no forro da minha casa, hoje a situação é bem diferente. Os cantos frenéticos dos pardais perderam espaço para os ruídos desagradáveis das maritacas.

Uma família dessa parente das araras e papagaios nidificou em casa. O filhote já está bem crescido, mas ainda não abandonou o ninho. Todos os dias ele recebe a visita dos pais. O casal (foto) esbanja atenção, mesmo nos momentos de ameaça. O zelo para com o filho é exemplar.

Confesso que a presença desse animal em casa já acabou com minha paciência, porém não pretendo fazer nada sem antes esperar a saída espontânea do novo descendente da família. Somente depois disso vedarei o espaço, na esperança de que, daqui pra frente, eu só veja maritacas em lugares mais apropriados, longe da imprevisibilidade do ser humano. Digo isso sabendo que, na prática, essas aves estão perdendo espaço na natureza, motivo pelo qual é compreensível que elas estejam na zona urbana, apostando em qualquer nicho para perpetuar a espécie.

A situação, entretanto, torna-se ainda mais preocupante se, nessa investida atrás de um ambiente seguro para procriar, as maritacas encontrem a resistência criminosa de alguns sujeitos insensíveis.

Ainda sonho com um mundo desprovido de homens, regido apenas pelo compasso da natureza... Enquanto sonho, alimento minha paciência com as demonstrações de intenso afeto desse casal que elegeu o forro da minha casa para chocar. Fico ainda mais comovido por saber que, no caso dessas aves, as penas da fêmea são usadas na confecção do ninho. Isso não é louvável? 

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