Diego dos
Reis de Oliveira
FOTO: Diego dos Reis de Oliveira |
Se antes eu enfrentava uma rotina de estresse por conta da
grande quantidade de pardais que existia no forro da minha casa, hoje a situação
é bem diferente. Os cantos frenéticos dos pardais perderam espaço para os
ruídos desagradáveis das maritacas.
Uma família
dessa parente das araras e papagaios nidificou em casa. O filhote já está bem
crescido, mas ainda não abandonou o ninho. Todos os dias ele recebe a visita
dos pais. O casal (foto) esbanja
atenção, mesmo nos momentos de ameaça. O zelo para com o filho é exemplar.
Confesso que
a presença desse animal em casa já acabou com minha paciência, porém não
pretendo fazer nada sem antes esperar a saída espontânea do novo descendente da
família. Somente depois disso vedarei o espaço, na esperança de que, daqui pra
frente, eu só veja maritacas em lugares mais apropriados, longe da
imprevisibilidade do ser humano. Digo isso sabendo que, na prática, essas aves
estão perdendo espaço na natureza, motivo pelo qual é compreensível que elas
estejam na zona urbana, apostando em qualquer nicho para perpetuar a espécie.
A situação,
entretanto, torna-se ainda mais preocupante se, nessa investida atrás de um
ambiente seguro para procriar, as maritacas encontrem a resistência criminosa
de alguns sujeitos insensíveis.
Ainda sonho
com um mundo desprovido de homens, regido apenas pelo compasso da natureza...
Enquanto sonho, alimento minha paciência com as demonstrações de intenso afeto
desse casal que elegeu o forro da minha casa para chocar. Fico ainda mais
comovido por saber que, no caso dessas aves, as penas da fêmea são usadas na
confecção do ninho. Isso não é louvável?
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