Um dos pontos refere-se a alterações
no quadro de funcionários
A rádio
Eduvale FM teve acesso a uma denúncia anônima elaborada por pessoas
insatisfeitas com a administração da Casa Abrigo, responsável pelo acolhimento
de crianças e adolescentes em situação de risco social.
A denúncia
aponta vários problemas que colocam em xeque a qualidade do serviço prestado no
local, a começar pela acusação de que os responsáveis fazem de tudo para manter
a casa sempre vazia, sem se importar com o bem-estar dos atendidos.
No dia do
recebimento dessas informações, a emissora conversou com a assistente social
Maria de Lurdes Bernabé, que prontamente apresentou a versão do Departamento
Municipal de Assistência Social (DEASO) a respeito das acusações.
Confira
abaixo cada um dos pontos da acusação e a respectiva resposta da pasta.
DIREÇÃO DA CASA
Preocupada
com as constantes alterações na direção da Casa Abrigo, a denúncia diz que, em
função do convívio deficitário com familiares, os assistidos criam vínculos com
os funcionários do local. “Desde o início da administração, a direção foi
alterada três vezes”, afirma. Segundo a denúncia, “falta tato para lidar com as
crianças de lá”.
Em resposta,
a assistente diz que as alterações se devem ao cuidado tomado pelo DEASO para
selecionar pessoas adequadas para trabalhar na casa. “O departamento tem tido
uma preocupação de sempre ter pessoas qualificadas, preparadas e com perfil
desejado para prestar serviço na Casa Abrigo”, explica.
A assistente
conta que a prefeitura enfrentou problemas para regularizar a coordenadoria da
casa. Num dos casos, a pessoa não apresentou perfil para trabalhar no local.
Segundo Bernabé, “estamos buscando a perfeição”.
De acordo
com informações, a atual diretora da casa é psicóloga Sarita Vecchia.
INTERNAÇÃO
Sobre o caso
de uma menor de idade que teria sido internada numa clínica de reabilitação sem
ser dependente química, a assistente disse desconhecer o caso, afirmando que “é
pouco provável que isso tenha acontecido”. De acordo com a denúncia, os
responsáveis “estão fazendo de tudo para esvaziar a casa e se livrarem das
crianças a qualquer custo”.
Bernabé diz
que, de certo modo, o departamento tem como premissa manter a casa com o menor
número possível de crianças e jovens, uma vez que, quanto maior for o tempo de
permanência no local, diminuem as chances do assistido retornar ao ambiente
familiar. “A Casa Abrigo tem sim muita pressa de resolver os casos das crianças
e adolescentes para que elas retornem para a família o mais depressa possível”,
esclarece.
MÃE AOS 16
A denúncia
traz ainda o caso de uma adolescente que 16 anos, mãe de duas crianças, que
teria sido desabrigada para viver com o companheiro numa casa alugada. “Uma
criança com dois filhos não tem condições de assumir marido, aluguel e criança
de bebês”, afirma.
Segundo a
assistente, a saída da jovem da casa foi motivada por uma ordem judicial. “O
juiz não aceitou o abrigamento [feito pelo Conselho Tutelar] e pediu para que
nós desabrigássemos imediatamente”, conta. Bernabé informou que o pai das
crianças, que é maior de idade, assumiu o compromisso de cuidar da adolescente
e dos filhos.
LEI DO SILÊNCIO E FALTA DE AGASALHO
Por fim, a
denúncia afirma que os assistidos estão proibidos de fazer qualquer tipo de
barulho na casa. De acordo com as acusações, a “lei do silêncio” atingiu até
mesmo as crianças que têm o costume de ouvir música.
A assistente
disse também desconhecer a situação. Ela acredita que alguma regra imposta
pelos funcionários tenha sido “mal interpretada”.
Outra
irregularidade apontada na denúncia diz respeito à falta de agasalho para os
assistidos. Segundo informações, não há qualquer tipo de trabalho voltado à
aquisição de roupas e cobertores, principalmente para que as crianças e jovens
consigam suportar o frio.
Bernabé
refutou as acusações, alegando que recentemente uma loja da cidade fez uma
grande doação de roupas para a casa. “A Casa Abrigo conta com roupas para
suportar o inverno, o próximo verão e talvez o próximo inverno ainda”, afirma.
Com relação aos cobertores, a assistente informou que as peças são substituídas
uma vez por ano.
Em nota, o
DEASO informa que não tem autonomia para retirar crianças da casa. Ações desse
tipo só podem ser tomadas pelo Judiciário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário