Presidente da comissão afirma que
remeterá o caso ao Ministério Público
A Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI), criada para apurar possíveis irregularidades na aquisição de
peças automotivas para o Departamento de Agricultura e Meio Ambiente (DEAMA),
apresentou ontem, 14, dois relatórios sobre o caso.
O primeiro,
assinado pelo relator Vinícius Garcia (PV), juntamente com os membros da
comissão – Alex Villas Boas (PSDB) e Marcão da Ambulância (DEM) –, considera
que, em virtude da ausência de provas, a CPI deve ser arquivada. Já o segundo,
por sua vez, entende que as investigações precisam ser apuradas pelo Ministério
Público e pelo Tribunal de Contas. O relatório conta com assinatura do
presidente da CPI, José Eduardo Pozza (PTB).
Momento em que Garcia inicia leitura do primeiro relatório FOTO: Expresso Piraju |
A
apresentação do relatório de Pozza causou surpresa entre os demais
parlamentares que integraram a comissão. Na tribuna, Garcia afirmou que CPI
deveria contar com um único parecer. “Ninguém falou em fazer dois relatórios,
tanto que eles são idênticos até a conclusão. Não havia discordância de
opiniões quando o relatório foi feito”, diz.
Segundo ele,
os vereadores cogitaram arquivar a denúncia e, ao mesmo tempo, encaminhar os
documentos ao MP, porém o jurídico da Câmara Municipal entendeu que o
procedimento seria incoerente.
Em resposta,
Pozza disse na tribuna que o envio ao MP foi mantido no texto do relatório até
o final das investigações, porém os membros da comissão excluíram a redação.
“Por que vocês, no finalzinho, na hora que eu fui assinar, mudaram? Não me
avisaram. Agora você quer que eu fique pensando o quê?”, indaga.
Ainda na
tribuna, Villas Boas adotou um tom pacífico para comentar o desfecho do caso.
“Eu acho desnecessária essa discussão e o segundo relatório. Eu acho que é um
atraso para essa Casa, que até vem desenvolvendo seu trabalho”, diz.
À esquerda, Pozza durante conversa com os demais vereadores FOTO: Expresso Piraju |
Na
sequência, Marcão também demonstrou surpresa com o relatório de Pozza, uma vez
que todos os membros da CPI tinham acordado quanto à elaboração de um único
parecer. O democrata disse que apóia o envio o envio do caso ao MP.
Por possuir
mais assinaturas, o parecer assinado por Garcia foi posto em deliberação. Apenas
Pozza votou contrário.
ENTENDA O CASO
Conhecida
como CPI do Lagarto, em alusão ao apelido do assessor Aparecido Donizette
Cassanho, a comissão foi instaurada no final do ano passado, após indícios de
superfaturamento na aquisição de peças para duas máquinas do DEAMA.
No decorrer
das investigações, sete funcionários da prefeitura, dentre os quais o assessor
apontado como responsável pelo suposta irregularidade, prestaram depoimento. A CPI constatou que a
compra não acarretou prejuízo aos cofres públicos.
Entretanto, o relatório assinado pela maioria dos membros sugere à prefeitura o cancelamento do processo licitatório nº 31/2013, realizado para “eventual fornecimento de peças e acessórios novos originais ou de primeira linha, destinados à manutenção da frota de veículos e máquinas do município [...] pelo prazo de doze meses”.
Entretanto, o relatório assinado pela maioria dos membros sugere à prefeitura o cancelamento do processo licitatório nº 31/2013, realizado para “eventual fornecimento de peças e acessórios novos originais ou de primeira linha, destinados à manutenção da frota de veículos e máquinas do município [...] pelo prazo de doze meses”.
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