Depoimento foi prestado à Polícia
Civil dez dias após o homicídio
O delegado
Antonio Carlos Correa, responsável pelo inquérito que apura a morte de Luiz
Eduardo Sella, 19, ouviu na manhã de ontem, 30, o autor do disparo que atingiu
a vítima. Thiago Scaringe Poiato, 30, morador de São Paulo, se apresentou à
Polícia Civil há exatos dez dias depois do crime.
Por ser
aluno da Escola Superior de Soldados da Polícia Militar, situada em Pirituba
(SP), o rapaz compareceu na delegacia sob escolta policial. Após prestar
depoimento, ele retornou à capital, onde cumpre prisão administrativa dentro da
unidade.
Antonio Carlos Correa (FOTO: Expresso Piraju) |
De acordo
com Correa, o acusado entregou a arma usada no homicídio, um revólver Taurus
calibre 380, juntamente com 14 munições (a 15ª foi usada no dia do
assassinato). Segundo o delegado, o rapaz comprovou possuir porte de arma. Ele
também apresentou o registro do revólver. A arma será agora confrontada com o
projétil que ficou alojado na cabeça da vítima.
Thiago relatou
à polícia que, antes do disparo, estava andando de caiaque com o policial
militar Vitor Luiz Saes, que também reside na capital. Os dois estavam no Rio
Paranapanema quando foram informados que suas respectivas namoradas, que
estavam às margens da represa, tinham sido assediadas por Luiz Eduardo e outros
três indivíduos.
Para evitar
transtornos ainda maiores, as mulheres decidiram sair do local. Segundo a
versão de Thiago, a vítima e uma segunda pessoa, já identificada pela polícia,
dificultaram a saída do grupo do Hotel Beira Rio. “Ao tentar sair com o veículo
do estacionamento do hotel, ele teve a frente do veículo interceptada por dois
daqueles dos quatro jovens, que começaram a andar morosamente defronte o
veículo para impedir a saída, como se tivesse naquela condição de fazer
provocações”, revela o delegado. Thiago e a namorada estavam no carro da
frente, enquanto que Vitor estava logo atrás, acompanhado de outras quatro
mulheres.
Antes do disparo, Thiago foi filmado pela câmera do hotel (FOTO: Polícia Civil) |
Questionado
pela rádio Eduvale FM sobre o que motivou Thiago a fazer uso da arma, Correa
disse que o aluno pensou que Luiz Eduardo estivesse armado. “Ele efetuou o tiro
porque acreditava que a vítima fosse efetuar algum disparo. Ele acreditava que
a vítima estaria portando também uma arma sob as vestes. Como, segundo ele, a
vítima se voltou em direção a ele e colocou a mão na cintura, ele acreditou que
a vítima estivesse armada e fosse sacar”, diz.
O disparo
foi efetuado dentro do carro de Thiago, próximo ao rosto da namorada dele, que
estava no banco da frente.
Sobre o fato
de ter fugido logo depois do tiro, o aluno da PM informou que, até então, não
sabia que a bala tinha acertado a vítima. “Ele disse que, apesar de ter
efetuado esse disparo, acreditava que não havia atingido a vítima, porque ele
observou pelo retrovisor que a vítima não havia caído ao solo, pelo menos naquele
primeiro instante que ele imprimiu velocidade para sair do local”, relata o
delegado.
Por ter
abandonado o local do crime, o policial Vitor Saes poderá responder
criminalmente por prevaricação e omissão de socorro. Até o momento, ele aguarda
o desfecho das investigações em liberdade.
O inquérito
deve ser concluído em até 60 dias. Nas próximas semanas, outras testemunhas
serão ouvidas pela polícia.
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