Declaração da esposa se opõe à versão
apresentada pelo comando da Polícia Militar
Mesmo
abalada com a morte do esposo, a dona de casa Laiane Roberta Santos Moraes, 22,
está empenhada em divulgar a sua versão sobre o caso. No último sábado, 15, o
autônomo Renato Gonçalves Fernandes, 28, foi baleado após se desentender com o
servente de pedreiro Wellington Patrick Cordeiro, 31.
Laiane Roberta Santos Moraes (FOTO: Expresso Piraju) |
Segundo ela,
Wellington provocou seu esposo ao se aproximar do local onde Renato costumava
vender melancias e laranjas. “Ele passou resmungando e depois voltou querendo
arrumar briga com Renato. Ele começou a falar que Renato estava encarando ele.
O Renato falou que não conhecia ele e que não queria confusão. No que ele se
afastou, Wellington deu um soco na cara dele”, diz.
De acordo
com a dona de casa, Wellington não revidou o soco. “O rapaz se afastou um pouco
e o Renato não deu bola porque ele não queria confusão. Quando ele virou de
costas, o Wellington armou pra dar uma voadora nas costas dele. Foi onde eu gritei
pro Renato virar. No que eu gritei, o Renato já virou com a faca”, conta.
Ao ver a
faca, o servente saiu correndo. Segundo a esposa da vítima, Renato correu atrás
de Wellington, que tropeçou a alguns metros do local da discussão. Logo em
seguida, o autônomo desferiu socos e chutes no servente. Laiane diz que, se o
esposo tivesse mesmo alguma intenção homicida, ele teria feito uso da faca
quando agrediu o servente.
Ainda
segundo a versão da esposa, Wellington se desvencilhou das agressões e procurou
refúgio no quintal da casa do tenente da Polícia Militar. “Eu e um senhor
seguramos o Renato. No que a gente segurou, o Wellington começou a provocar,
falando que iria tacar vaso na cabeça dele. Aí esse morador [o tenente] saiu. Eu
falei pra ele que já iria tirar o Renato pra trás”, relata.
Nesse
momento, informa Laiane, ela conseguiu convencer o esposo a sair de perto da
casa. A mulher ainda diz que tirou a faca das mãos de Renato. Como estava
revoltado com as ofensas, o autônomo saiu correndo na direção de Wellington,
que novamente procurou a residência do militar. “Quando ele [Renato] chegou no
portão da grade, ele deu um pulo pra cima. Aí ele gritou: ‘Pelo amor de Deus
não atira’. Na hora que ele gritou, ele deu um pulo e correu pra trás. Com medo
do morador atirar, ele saiu correndo no muro já baleado.”
Laiane
rebate a alegação de que Renato estava com a faca em punho ao ter se dirigido
pela segunda vez até a casa do policial. A esposa alega que não largou a arma
desde o momento em que conseguiu tirá-la das mãos de Renato.
Outra
afirmação sustentada pela dona de casa diz respeito aos disparos que
efetivamente atingiram o autônomo. Embora reconheça que o laudo do Instituto
Médico Legal (IML) não foi concluído, Laiane não acredita que apenas um tiro
tenha matado seu esposo. Ela também questiona o fato de os tiros de advertência
terem sido efetuados tão próximos da vítima. “Tiro de advertência é pra cima ou
é no chão”, diz.
MANIFESTAÇÃO
Ontem, 19, familiares
de Renato – todos residentes em Sorocaba, cidade natal da vítima – promoveram
um protesto silencioso pelas ruas da cidade. Com camisetas e cartazes, os
participantes exigiram que a justiça esclareça os fatos. A passeata terminou no
local onde Renato foi baleado.
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