quarta-feira, 25 de março de 2015

Líder sindical pede para que pais não mandem alunos às escolas

De acordo com ele, as unidades de ensino não contam com professores em número suficiente

422h00

Joaquim de Almeida (foto) durante manifestação ocorrida na última quinta-feira; segundo ele, Diretoria Regional de
Ensino reduziu classes mesmo sabendo que houve crescimento na demanda de alunos (FOTO: Expresso Piraju)

A greve do magistério paulista chega ao 12º dia sem nenhum sinal de que os pleitos da categoria serão atendidos pelo governo estadual. De acordo com o site da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), uma grande vigília está marcada para ocorrer às 18h desta quinta-feira em frente à Secretaria da Educação, localizada na Praça da República, na capital.

Ainda segundo o sindicato, o ato tem como propósito pressionar o governo pela abertura imediata das negociações. “Nesta mesma data, as subsedes devem realizar suas assembleias regionais e, após deliberar sobre os próximos passos do movimento, organizar os professores para participarem da vigília”, informa.

Em Piraju, a APEOESP realizará um ato público às 9h desta quinta, com saída na sede da subsede. Os grevistas passarão pela Praça Ataliba Leonel e depois ficarão concentrados defronte à Diretoria Regional de Ensino, a exemplo do que ocorreu na última quinta-feira, 19, quando dezenas de docentes, pais e estudantes protestaram contra algumas determinações da dirigente Maria Ignez Carlin Furlan.

Na sessão de ontem da Câmara Municipal de Piraju, dez
representantes do magistério estiveram na Casa para
acompanhar a apresentação de uma moção de apoio
ao movimento elaborada pelo vereador José Eduardo
Pozza (FOTO: Expresso Piraju)
Em entrevista concedida ao Expresso Piraju na noite de ontem, 24, o diretor sindical Joaquim de Almeida informou que, nos municípios abrangidos pela DRE (Fartura, Manduri, Óleo, Piraju, Sarutaiá, Taguaí, Tejupá e Timburi), há cerca de 140 professores paralisados. Já em Piraju, que conta com seis unidades estaduais, o último levantamento apontou aproximadamente 30 docentes em greve.

Uma das principais reivindicações da subsede de Piraju diz respeito à redução de classes e a consequente superlotação de alunos. Segundo Almeida, a medida adotada pela DRE não se justifica em função do aumento da demanda por ensino. “Ela diminui a oferta, resultando num acúmulo de alunos em salas. Temos superlotação por conta do fechamento. No Estado, isso representa mais de três mil salas fechadas. Isso aí é uma política para sucatear a educação no Estado”, diz.

Ainda de acordo com o sindicalista, a superlotação está comprometendo a qualidade do ensino. Somada à ausência de docentes por força da greve, a realidade deve servir de aviso aos pais para que não mandem os alunos às escolas. “Não está tendo aula, mas sim um acúmulo de alunos jogados num espaço sem qualquer objetivo prático de aprendizado”, afirma.

PAUTA

Segundo a APEOESP, o magistério paulista reivindica equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior, implantação da jornada do piso, nova forma de contratação dos docentes temporários, fim do fechamento de classes, desmembramento das salas com superlotação, fim do assédio moral, respeito ao limite de 25 alunos por sala, fim da lei das faltas médicas, fim da perseguição aos professores nas perícias médicas, aceleração dos processos de aposentadoria, transformação do bônus em reajuste salarial e fim do projeto excludente de escola de tempo integral.

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