quarta-feira, 15 de abril de 2015

Moradora do Jardim Jurumirim afirma que filho foi agredido por policiais civis

Delegado não acredita na versão da denunciante; segundo ele, os policiais possuem conduta ilibada

418h27

Na edição desta quarta-feira, 15, do Jornal Regional, programa da rádio Eduvale FM, a dona de casa Andréia de Araújo, moradora do Jardim Jurumirim, fez sérias acusações contra dois policiais civis de Piraju. A denunciante é mãe de um menor de 17 anos que foi apreendido por violência doméstica.

Segundo a ouvinte, os policiais agrediram seu filho logo após o menor sair da cadeia de Paranapanema para participar de audiência no fórum de Piraju. O caso aconteceu na última quarta-feira, 8. “Na estrada, vindo de lá pra cá, os dois policiais pararam o carro e agrediram ele. Quando desceu da viatura, meu filho gritou: ‘Pai, faz corpo de delito porque eu fui agredido e que nenhum conselheiro [tutelar] foi junto’”, diz.

Ainda de acordo com Andréia, o juiz foi comunicado sobre a acusação feita contra os policiais. De imediato, o magistrado orientou a família do menor a procurar a Polícia Civil para registrar a queixa. Na delegacia, o esposo da moradora não conseguiu fazer o boletim de ocorrência. “O delegado desobedeceu a ordem do juiz para fazer o boletim contra os policiais dele”, afirma.

Procurado novamente pela família, o juiz recomendou que a denúncia fosse registrada na Corregedoria da Polícia Civil de Avaré. Com todos os papéis em mãos, inclusive com o exame de corpo de delito, Andréia viajou até o município vizinho, onde conseguiu relatar todas as afirmações do seu filho. Ela foi informada que a acusação será apurada pela Corregedoria da PC de Sorocaba.

Três dias depois de passar pelo fórum, o menor foi encaminhado a uma unidade da Fundação Casa da capital. Antes de ser apreendido na instituição, informa ainda Andréia, o jovem foi novamente vítima de maus tratos. “Deixaram ele preso durante duas horas dentro da viatura. Deram uma chave de fenda e uma algema para ele estragar a parte de trás da viatura para alegar que ele destruiu o veículo. Daí, entregaram ele lá dentro. Meu filho ouviu falando assim: ‘Cuidado que ele é perigoso’”, diz.

Procurado para comentar as declarações, o delegado Alberto Bueno Correa Filho, responsável pela Polícia Civil, refuta a alegação de que não teria permitido o registro da ocorrência. “Como se trata de fato relacionado com policiais civis da minha unidade, seria antiético eu registrar o fato e apurar por aqui. Eu orientei a família que procurasse a corregedoria em Avaré”, explica.

O delegado não acredita que o menor tenha sido agredido pelos policiais. “São policiais muito tranquilos e com uma conduta muito boa, sem qualquer envolvimento nesse tipo de ocorrência que a família alega. Eu acredito nos meus policiais. E se eu acredito nos meus policiais, esse menor, por algum motivo desconhecido, está mentindo”, afirma.

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