sábado, 25 de abril de 2015

Sensibilizados, taxistas falam sobre colega assassinado em estrada rural

De acordo com um dos profissionais, a vítima confiava em todas as pessoas que solicitavam serviço

417h53

A reportagem do Expresso Piraju ouviu alguns taxistas que atuam no mesmo ponto onde trabalhava Luiz Carlos Sanches, 65, mais conhecido como Xanxan, morto na noite da última quarta-feira, 22. O caso repercutiu no município em função da crueldade empregada pelo criminoso para assassinar a vítima.

Luiz Carlos Sanches (foto) morava com a família na
Vila São José; ele deixa a esposa Vanda Ribeiro de
Alvarenga e os filhos Alessandro, Fabiano e Leandro
“Ele era um parceiro nosso, trabalhador, prestativo e enfrentava muito a madrugada. Foi uma tragédia tudo o que aconteceu”, diz Auleo Rivera, que há oito anos trabalha como taxista. Segundo ele, Xanxan, ao contrário dos demais colegas de profissão, não fazia restrição em trabalhar no período noturno. “Ele já enfrentou situações complicadas, mas não nesse nível como aconteceu.”

Com 45 anos de profissão, Abel Policarpo dos Santos ficou horrorizado com o assassinato do colega. “Eu tinha uma amizade muito boa com ele. Xanxan era uma pessoa muito trabalhadora e cumpridora dos seus deveres. Eu fiquei sabendo de tudo o que aconteceu e fiquei muito chateado porque ele era um companheiro nosso”, conta. Abel conta que o taxista não via maldade em ninguém. “Pra ele, todo mundo era igual e amigo”, afirma.

Luiz Antonio de Paulo também convivia com Xanxan. Também experiente na profissão, Luiz revela que chamava atenção do colega por conta de alguns comportamentos que ele tinha durante o trabalho. “Ele dormia com a porta [do carro] toda aberta. Eu falava: ‘Xanxan, não faça isso, vá embora descansar’”, conta. De acordo com ele, Luiz Carlos era sempre solicitado para trabalhar fora do expediente.

Segundo informações, Xanxan enfrentou momentos arriscados ao longo dos mais de 40 anos de profissão. Há cerca de dois anos, ele reagiu a um assalto durante uma corrida. Na ocasião, o criminoso fez uso de uma faca para roubar o taxista.

PRISÃO

Na última quinta-feira, 23, a Justiça determinou a prisão temporária de Ricardo Domiciano Antunes de Campos, 29, e Vivianne Camilla Motta Góes Domiciano Campos, 30. Segundo a Polícia Civil, as provas levantadas até o momento não deixam dúvidas quanto ao envolvimento do casal na morte do taxista. O crime está sendo tratado como latrocínio (roubo seguido de morte).

Xanxan foi brutalmente assassinado. Encontrado numa estrada rural localizada na Rodovia Geraldo Martins de Souza (Piraju-Manduri), o corpo estava com sinais de esfaqueamento e apedrejamento. A polícia ainda apura se a vítima foi atropelada pelo próprio veículo. 

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