Autor da matéria diz que rede
municipal de ensino não possui docentes capacitados
420h16
O vereador
José Eduardo Pozza (PTB) pretende retirar o item “gênero e diversidade sexual” dos
temas transversais previstos no Plano Municipal de Educação (PME). A intenção
do parlamentar foi apresentada sob a forma de projeto de lei, o qual foi lido e
encaminhado às comissões permanentes da Casa na sessão ordinária dessa semana.
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| José Eduardo Pozza (FOTO: Expresso Piraju) |
Motivado
pela pressão de alguns segmentos da sociedade, que consideram o item como uma “porta
aberta” para a inclusão da ideologia de gênero na sala de aula, Pozza redigiu a
proposta nos moldes de uma iniciativa apresentada em abril desse ano pelo
vereador Campos Filho (DEM), da Câmara Municipal de Campinas. A justificativa
do projeto assinado pelo petebista conta com o mesmo texto da proposta
apresentada pelo vereador campineiro.
Em
entrevista à rádio Eduvale FM, Pozza afirmou que os professores da rede
municipal de ensino de Piraju não possuem capacitação para tratar do item que
está no foco das discussões. “A educação de hoje não está preparada para que
essa matéria seja discutida e levada aos alunos”, diz.
Nas redes
sociais, o vereador esclareceu que a inaptidão deve ser entendida somente se as
escolas passarem a ministrar aulas baseadas na ideologia de gênero. “[...] a
diretora disse que não está sendo aplicada no ensino a matéria ideologia de
gênero. Parabéns à diretora. É isso que todos querem. Mas ninguém, até o
momento, inclusive este vereador, é contra aulas ou ensinamentos voltados a
esclarecer alunos e pais relativos a sexo”.
O vereador
Vinícius Garcia (PV) é o único representante da população na Câmara que defende
a manutenção do item no PME. Ele já anunciou que não aprovará o projeto de
Pozza. Segundo o parlamentar, a preservação do assunto é fundamental para que a
escola possa formar cidadãos não somente com noções de gênero e diversidade
sexual, mas também com informações sobre educação e diretos humanos, educação
para o trabalho, diversidade étnico-racial e educação ambiental.
“Qual é o problema
da diversidade sexual? Só existe homem e mulher no mundo? A gente tem que ter
consciência de que esse assunto tem que ser debatido na sala de aula. Você não
confia nos professores que educam seu filho? Se o professor não estiver preparado,
ele não vai fazer isso”, diz.
O PL 25
passará por duas votações. Segundo informações, a última deliberação acontecerá
no início de julho.
EM VIGÊNCIA
Vale
destacar que o PME foi aprovado pelos vereadores no final do ano passado e já
está sendo aplicado nas escolas municipais. Desde que foi posto em vigência, o
plano não ensejou nenhuma inclusão da ideologia de gênero na sala de aula.
Segundo o Departamento Municipal de Educação, o item que está no centro das
atenções é tratado de forma a apresentar aos alunos uma visão completa a
respeito da sexualidade.
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