Responsabilidade pelo mau uso do
local extrapola as paredes da unidade
Cerca de 70%
dos casos que desaguam no pronto-socorro de Piraju poderiam ser resolvidos nos
postos de saúde. A afirmação é do coordenador da unidade, Jeferson Marangoni.
Medidas anunciadas até o momento não são suficientes para resolver o problema a curto prazo (FOTO: Diego dos Reis de Oliveira/Expresso Piraju) |
Na noite de
ontem, 17, o profissional conversou rapidamente com a reportagem do Expresso Piraju logo após um tumulto
registrado horas antes no pronto-socorro envolvendo pacientes que estavam
aguardando atendimento.
A confusão
ocorreu por conta de uma fila de espera que se formou no período da manhã, e
que até o início da noite não tinha sido reduzida. De acordo com populares, a
situação ficou mais crítica a partir das 17h, quando geralmente aumenta o
número de pacientes no local.
Uma mulher
chegou a chutar a porta que dá acesso às salas de atendimento porque sua filha
estava com crise de asma. “Eu acho que eles deveriam dar prioridade às pessoas
que estão passando mal”, desabafa uma moradora que presenciou o tumulto. A
situação só foi normalizada com a chegada do segundo médico.
Segundo
Marangoni, um dos motivos que contribuiu para o tumulto diz respeito aos exames
de sangue. A coleta do material foi feita na parte da manhã, porém o resultado
só foi liberado no final da tarde.
Outro
complicador são os pacientes oriundos de Sarutaiá e Tejupá, os quais passaram a
utilizar o local depois que as prefeituras vizinhas cortaram o atendimento
ambulatorial noturno.
O uso
desvirtuado do pronto-socorro permite vários questionamentos. Um deles refere-se
ao fato de que, desde o início desse ano, os postos de saúde estão trabalhando
com demanda livre, ou seja, os pacientes não precisam se submeter a cotas
diárias de atendimento. Diante disso, a pergunta que se faz é: os moradores
sabem disso?
Considerando
que menos da metade do atendimento prestado pelo pronto-socorro é de urgência e
emergência, uma segunda interrogação vem à tona: os pacientes vêm fazendo sua
parte no sentido de procurar caminhos preventivos para não adoecer?
Há relatos,
por exemplo, de hipertensos que não frequentam os grupos mantidos em cada
unidade da Estratégia Saúde da Família (ESF), mas que procuram o PS quando
apresentam alguma complicação.
Segundo a
supervisora do pronto-socorro, Marisa Arbex, os postos de saúde começaram a
receber o registro qualitativo dos pacientes que recorrem à unidade alegando
problemas de cunho ambulatorial. O objetivo é fazer com que os postos
conscientizem os cidadãos sobre o papel das ESFs e, por tabela, evitem que
casos simples atrapalhem o dia a dia do pronto-socorro.
A medida,
porém, não tem impacto imediato. Até lá, situações como que ocorreu na data de
ontem devem continuar se repetindo.
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