domingo, 26 de março de 2017

Sentença envolvendo processo contra prefeitura pode sair a qualquer momento

Caso diz respeito a inúmeros animais que estão confinados numa área inadequada

Em meados de 2015, o Ministério Público instaurou ação civil pública contra a prefeitura após denúncia formulada pela Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI). O caso versa sobre o abrigo de cães e gatos situado na Vila Tibiriçá.


Decisão está nas mãos do juiz Acauã Tirapani
(FOTO: Diego dos Reis de Oliveira/Expresso Piraju)

A ação proposta pelo MP pede a interdição e desativação do local; transferência dos animais para uma área adequada, provida de higiene, salubridade e segurança; e execução de políticas públicas voltadas ao recolhimento, castração e adoção de animais abandonados, etc.

Durante a gestão do ex-prefeito Jair César Damato (PMDB), o município apresentou várias opções para resolver o problema. Uma delas consistia em construir o canil e gatil no terreno localizado em frente ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

A obra chegou a ser iniciada, porém a construção foi “repensada” por Damato em razão da proximidade com as 160 casas que ainda estão sendo construídas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano).

Em ofício enviado ao Poder Judiciário, a gestão anterior apresentou o Parque Municipal do Dourado como segunda opção. A proposta, porém, foi logo descartada, uma vez que confronta com as diretrizes do parque.

Durante esse tempo, a administração sugeriu a adequação de alguns imóveis para abrigar os animais. Todas também se mostraram inviáveis.

Uma das fotos que fazem parte do processo mostra a situação de insalubridade do abrigo
(FOTO: APRAPI)

A última proposta objetivava a transferência dos animais para uma propriedade rural localizada há oito quilômetros da cidade. Financiado com recursos particulares, o projeto foi objeto de contestação por parte da APRAPI. Vale destacar que, especificamente nesse caso, a gestão passada desprezou a opinião da entidade.

Prestes a encerrar seu mandato, o ex-prefeito pediu mais tempo para atender o pedido da Justiça. O prazo solicitado foi justamente o último dia de funcionamento do Poder Judiciário antes do recesso: 20 de dezembro de 2016. A dilatação foi aceita, porém o município novamente não cumpriu com sua palavra.

Ao assumir a prefeitura, José Maria Costa (PPS) manteve o compromisso apresentado na campanha e pactuado com membros da APRAPI: descartar a transferência dos animais para a zona rural e retomar as obras em frente ao CCZ. De acordo com a prefeitura, o projeto está em fase final de elaboração.

A informação foi relatada ao vereador Érico José Tavares (PSC) no dia 7 de março pelo diretor do Departamento de Engenharia, Ricardo Cury, após o parlamentar enviar ofício à administração. Ainda segunda a resposta, assim que o projeto for concluído, “serão quantificados os materiais necessários à construção, bem como o orçamento para a captação de recursos financeiros”.

Em paralelo, a ação civil pública tramita sem que a prefeitura tenha apresentado alguma solução definitiva para o caso. De acordo com o site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), o processo está concluso, aguardando sentença do juiz Acauã Tirapani. Ainda segundo a página, o magistrado tem até o final do mês de julho para emitir a decisão.

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