sábado, 27 de maio de 2017

Prefeitura nega atendimento e gato morre em lar temporário

Responsável pelo CCZ alegou falta de espaço nas baias para recolher o animal

Dois filhotes de gato foram abandonados numa residência localizada na Rua Cel. Nhonhô Braga, Jardim São Lourenço. O caso aconteceu por volta das 22h da última segunda-feira, 22.

Um dos filhotes (à esq.) morreu dias depois de ser abandonado na residência
(FOTO: Cynthia Martins Ferrazi/Arquivo pessoal)

A proprietária da residência, Cynthia Martins Ferrazi, não viu quem abandonou os animais. Ela só tomou conhecimento da situação quando os gatos começaram a fazer barulho. “Eles começaram a raspar a porta da minha casa. Eu os recolhi porque estava muito frio”, diz.

Após ser orientada pela Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI), Cynthia procurou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). De acordo com ela, o chefe do órgão, Marcelo Vieira, informou que o órgão “não tinha a obrigação de recolher animais abandonados, somente animais doentes ou atropelados”.

Ainda segundo a moradora, Vieira “mandou” que ela procurasse uma voluntária da APRAPI, conhecida por cuidar de animais abandonados. “Eu levei os animais até lá, mas ela não pôde ficar porque já cuida de muitos animais sem ajuda da prefeitura”, conta.

A lei municipal n 3.057/2007 obriga o Centro de Controle de Zoonoses
 a recolher animais encontrados em situação de abandono

Sem saída, Cynthia se viu obrigada a oferecer lar temporário aos gatos. A cidadã divulgou o caso nas redes sociais na esperança de que alguém se prontificasse a adotar os animais, porém nenhum interessado se manifestou até o momento.

Na manhã de hoje, um dos gatos morreu. De acordo com a moradora, o animal estava bastante debilitado.

OUTRO LADO

Procurado para comentar o caso, o responsável pelo CCZ disse que não recolheu os animais por falta de espaço nas baias. Vieira informou que apenas “sugeriu” que Cyntia procurasse a voluntária da entidade. O chefe se comprometeu a conversar novamente com as veterinárias do órgão para avaliar a possibilidade de o gato ser recolhido na semana que vem.

O diretor do Departamento Administrativo, Paulo Sara, também se manifestou. Segundo ele, “a prefeitura não está estruturada para atender casos como esse que estão surgindo”. O assessor relatou ainda que uma reunião será feita na próxima semana para “estabelecer um padrão de atendimento para esses casos”.

“Se o CCZ não pode acolher por falta de local para abrigar os animais, terá que dar ao menos uma atenção e encaminhamento para o caso”, finaliza.

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