Promessa de que dois funcionários
seriam colocados para trabalhar no local ficou no papel
No sábado, 23, a Associação Protetora
dos Animais de Piraju (APRAPI) visitou o abrigo de cães e gatos mantido pela
prefeitura na Avenida Dr. Simão, Vila Tibiriçá.
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Pedaços de madeira são usados para manter os animais confinados nas baias
(FOTO: Associação Protetora dos Animais de Piraju) |
Em abril desse ano, a administração
assumiu o compromisso de promover melhorias no local, sobretudo nas baias
ocupadas pelos animais. Além disso, a prefeitura garantiu que designaria dois
funcionários para cuidar da manutenção do local.
De acordo com a entidade, as
intervenções ficarão restritas à adequação de duas alas dos cachorros. O
trabalho, porém, não foi concluído, uma vez que as baias não dispõem de portão.
Depois dessas ações pontuais, a prefeitura abandonou o serviço.
Por conta disso, os voluntários que
trabalham no canil e gatil foram obrigados a colocar pedaços de madeira para
impedir a fuga dos animais. Mesmo assim, volta e meia há casos de cachorros que
conseguem escapar. Também foram constatados buracos na cerca existente na
entrada do local, bem como na cobertura das baias.
Com relação aos funcionários, até nenhuma
designação foi feita prefeitura. A limpeza do abrigo continua sendo feita por cidadãos
comuns, como Ester de Freitas, 83, que cuida sozinha da ala dos gatos.
A idosa enfrenta limitações físicas e
problemas de saúde. “Eu tropeço muito. Tenho dor nas pernas. Eu já cai várias
vezes”, diz, referindo-se ao terreno acidentado do abrigo e à distância que
precisa percorrer, sozinha, para cuidar dos animais.
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Ester de Freitas alega que é comum sofrer quedas durante os serviços de manutenção do abrigo
(FOTO: Associação Protetora dos Animais de Piraju) |
A APRAPI constatou ainda falta de
materiais de limpeza, presença de parasitas (carrapatos) nas baias e
entupimento na rede de água. Também foram observadas gatas prenhas e com a
saúde debilitada.
Em conversa com um dos voluntários, a
entidade foi informada que é comum o falecimento repentino de animais. Segundo
ele, as mortes se devem à falta de vacinação dos cachorros e gatos, sobretudo
de filhotes.
Na mesma reunião ocorrida em abril, a
administração assumiu o compromisso de dar ampla assistência veterinária aos
animais.
A prefeitura foi procurada para
comentar o assunto. A administração garantiu que iria se manifestar oficialmente
na manhã de ontem, mas até o fechamento da matéria não enviou nenhum
esclarecimento sobre o acaso.
Indignada com a situação encontrada no
abrigo, a APRAPI enviará o relatório da visita ao Ministério Público, que,
desde 2015, está acompanhando o caso após denúncia formulada pela entidade.
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Tela usada na ala dos gatos apresenta condições precárias
(FOTO: Associação Protetora dos Animais de Piraju) |
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Mato alto e terreno acidentado prejudicam acesso às baias
(FOTO: Associação Protetora dos Animais de Piraju) |
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No detalhe, voluntário se esforça para improvisar fechamento de uma das baias
(FOTO: Associação Protetora dos Animais de Piraju) |
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Buracos na cerca existente na entrada do abrigo contribuem para a fuga dos animais
(FOTO: Associação Protetora dos Animais de Piraju) |
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Falta de cobertura em algumas baias coloca em risco o bem-estar dos animais
(FOTO: Associação Protetora dos Animais de Piraju) |