sábado, 24 de novembro de 2018

Vigilância determina transferência de cachorros abrigados irregularmente pela prefeitura

Administração informou que irá remanejar os animais para o CCZ

Na última quinta-feira, 21, a Vigilância Sanitária fiscalizou o canil mantido pela prefeitura na Floresta Municipal das Corredeiras Clóvis Deléo, antigo Parque Municipal do Dourado.


FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

Segundo o relatório de inspeção, assinado pela chefe do órgão, Danusa Bataglia, oito animais foram encontrados no local abrigados em “construções de alvenaria totalmente inadequadas, em péssimo estado de conservação”. De acordo com a vigilância, a situação encontrada “não permite a realização de higienização adequada”.

O órgão constatou que o fornecimento de ração e feito pela prefeitura e que a limpeza é realizada pelo chefe do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Marcelo Vieira. “Não fomos informados se os animais passaram por avaliação de médico veterinário ou se são portadores de alguma doença”, informa o relatório.

A vigilância também verificou que “não existe nenhum registro escrito para controle do número de animais ali existentes, bem como realização de qualquer procedimento (vacinação, castração e vermifugação)”.

De acordo com Danusa, a proibida a permanência dos animais na floresta, uma vez que o local é área de preservação e de visitação turística.

A vigilância determinou a transferência dos cachorros para um local adequado. Em resposta, a administração garantiu que os animais serão abrigados no CCZ no prazo de cinco dias.

DENÚNCIA

O caso foi denunciado ao órgão no dia 20 desse mês. Em menos de 24 horas, a vigilância foi até o local e constatou as informações apresentadas por um munícipe ligado à causa animal e apuradas pela reportagem.

Conforme divulgado, os cachorros estão abrigados em dois pontos do parque, ambos com nenhuma estrutura para garantir o mínimo de dignidade aos animais. Os espaços não contam sequer com limpeza. Prova disso é o bolor encontrado no interior das baias.

Vários animais foram vistos pisando nos próprios dejetos e comendo ração espalhada no piso das baias. A alimentação ainda é disputada por ratos que transitam diariamente pelo abrigo.

Durante a permanência da reportagem na floresta, nenhum funcionário público foi visto no local.
Segundo uma denúncia anônima encaminhada à página na última segunda-feira, 19, os primeiros animais foram confinados no local em 2017, logo no início da administração do prefeito José Maria Costa (PPS).

Embora a atitude da prefeitura tenha iniciado antes da FMC ter sido criada, as diretrizes da unidade nunca permitiram a existência de canil no local. Além disso, as instalações improvisadas pela prefeitura são ilegais à luz do Código Sanitário do Estado de São Paulo.

O caso também foi denunciado no Ministério Público.


FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

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