sexta-feira, 29 de março de 2019

Denúncia motiva fiscalização da CETESB no aterro de Piraju

Prefeitura alega que lixo proveniente de mutirão não será enterrado no local

Diego dos Reis

Na semana que vem, representantes da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) deverão visitar o aterro sanitário de Piraju para averiguar denúncia divulgada pelo Jornal Regional, da rádio Eduvale FM.

FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

De acordo com a emissora, um funcionário público relatou que todo o lixo que está sendo coletado no mutirão de limpeza contra a dengue será enterrado no aterro sanitário do município.

O repórter da rádio, Diego dos Reis, esteve no aterro e constatou a presença de inúmeros materiais que poderiam ser encaminhados para reciclagem. Ele também encontrou objetos que oferecem risco ao meio ambiente, como aparelhos de televisão antigos, que possuem grande quantidade de chumbo.


FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

A emissora apurou que, para o mutirão, a prefeitura não estabeleceu nenhum plano de trabalho com as duas associações que lidam com materiais recicláveis no município. Isso pode ter sido motivado pelo fato de o mutirão ter sido definido às pressas, como forma de resposta da administração aos casos de dengue confirmados no município.

Procurado para comentar o assunto, o Departamento de Agricultura e Meio Ambiente informou inicialmente que os materiais estão sendo depositados no aterro em caráter provisório. Num segundo momento, após ser questionada sobre a destinação dos resíduos, a pasta disse que o diretor do Departamento Administrativo, Paulo Sara, iria fornecer as informações mais completas sobre o caso.


FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

A manifestação do diretor ocorreu 48 horas depois, às custas de muita cobrança por parte da reportagem. Sara disse que o aterro apenas está sendo usado como ponto de “triagem” dos resíduos. 

Segundo ele, a separação dará o destino correto dos materiais. “De forma alguma nós vamos fazer qualquer tipo de ação que comprometa o meio ambiental e que crie um crime ambiental”, garante.

Segundo o gerente da CETESB de Avaré, Carlos Augusto Mendes, o esgotamento do aterro sanitário de Piraju ocorreu no dia 18 de maio de 2017. Desde então, o local está impedido de receber lixo. No caso do mutirão, informou o gerente, o aterro só pode ser usado como local de transbordo.

Ainda de acordo com ele, o município recebeu autorização para levar o lixo para Piratininga no dia 31 de agosto do mesmo ano, serviço que ainda continua sendo feito por uma empresa terceirizada.


FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

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