quarta-feira, 1 de maio de 2019

Empresa sabia que ônibus saiam da garagem sem manutenção, afirma ex-funcionário

Ele também relata Viação Riopardense está em dívida com cerca de 10 trabalhadores

Antonio Correia de Araújo, 50, procurou a rádio Eduvale FM para denunciar a Viação Riopardense. Segundo ele, a ex-concessionária do transporte circular nunca se importou com a falta de segurança dos ônibus.

Antonio Correia de Araújo: à espera dos seus direitos
(FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju)

De fevereiro a março, Araújo trabalhou na garagem da empresa, onde fazia a limpeza dos coletivos e acompanhava de perto a manutenção dos veículos que faziam o transporte de passageiros.  

“Eu sabia tudo o que acontecia, como carro sem freio, sem pneu, problemas na direção, pneu careca. A empresa sabia desses problemas, só que ninguém ligava”, afirma.

Araújo disse que, em mais de oportunidade, alertou a empresa sobre os riscos. Os avisos, porém, eram desconsiderados pela Viação Riopardense. “Era pra rodar de qualquer jeito. Eu era apenas um empregado. Não podia fazer nada”, relata.

Outra revelação apresentada pelo ex-funcionário diz respeito a um grupo de aproximadamente 10 pessoas que está até hoje aguardando a regularização de seus vencimentos. Araújo, por exemplo, está sem receber parte do salário correspondente ao último mês em que trabalhou na empresa.

De acordo com ele, a Viação Riopardense não mantém contato e também não é encontrada para prestar esclarecimentos sobre a situação. Para agravar o quadro, o ex-funcionário disse à emissora que a ex-concessionária nunca registrou seus funcionários.

A reportagem procurou o responsável pela empresa, Samuel Silva Santos, para comentar as denúncias, porém ele não foi encontrado.


Viação Riopardense assumiu o serviço após Viação Piraju desistir da concessão
(FOTO: Diego dos Reis/Arquivo Expresso Piraju)

A Viação Riopardense esteve à frente do transporte circular em Piraju de agosto de 2017 a março desse ano. O contrato foi rescindido pela prefeitura após uma série de problemas apresentados durante a prestação do serviço.

A situação ensejou na abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal a pedido do vereador Érico José Tavares (PSC). A comissão tem até maio para apresentar relatório sobre o caso.

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