A dona de casa Ana
Cristina Batista dos Santos, 31, procurou a reportagem para relatar que, dos 8
aos 14 anos, foi abusada sexualmente pelo próprio pai, Antonio Batista dos
Santos.
Ana Cristina mostra o boletim de ocorrência em que relata a denúncia contra o pai FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju |
Ana alega que
trouxe o caso à tona por conta de um caso de depressão, ansiedade e síndrome do
pânico, além de estresse pós-traumático. Desde maio desse ano, ela iniciou um
tratamento com uma psicóloga e com uma psiquiatra em Assis, onde reside com o
marido, Fábio Assmann.
A vítima relata
que os abusos ocorriam quando ela estava sozinha na residência. “No começo, ele
falava que era carinho de pai para filho. Depois, ele começou a ameaçar. Ele
disse que, se alguém soubesse, minha mãe e meus irmãos seriam mortos enquanto
dormissem”, diz.
A dona de casa
afirma que o crime acontecia em qualquer parte da casa, porém sempre na
ausência dos demais membros da família. De acordo com ela, o acusado costuma se
masturbar na sua frente. Numa das vezes, relata Ana Cristina, uma colega de
escola chegou a ser assediada pelo homem. O caso também ocorreu na casa da
vítima.
Ana Cristina diz
que sempre escondeu os abusos da família, principalmente da mãe, que só ficou
sabendo do caso há cerca de três meses através do esposo da dona de casa. Ele
relatou os problemas da mulher após Ana Cristina ter cometido três tentativas
de suicídio.
Antonio Batista dos Santos FOTO: Ana Cristina Batista dos Santos/Arquivo pessoal |
Quando tinha 20
anos, Ana denunciou o pai à polícia por conta de um abuso cometido contra uma
menina de 9 anos, que era vizinha da família. Segundo ela, o crime ocorreu
quando a família morava na Vila Tibiriçá.
O caso resultou na
prisão de Antonio. Ele cumpriu pena em regime fechado na penitenciária de
Avaré, saindo depois de quatro anos por bom comportamento. A prisão fez com que
a mãe de Ana se separasse do marido. De acordo com Ana, desde que ganhou
liberdade, o acusado pelos crimes leva uma vida normal em Taguaí.
No dia 2 de
setembro, ela procurou a Polícia Civil para registrar o caso. Ela espera que outras
possíveis vítimas venham a público e procurem as autoridades.
Hoje, por conta
dos problemas de saúde, Ana passa a maior parte do tempo trancada em casa. O
único local que ela costuma frequentar é uma igreja católica localizada em
Assis. Segundo ela, a religião tem sido decisiva para evitar novas recaídas. “Quando
eu sinto que estou mal, eu oro”, diz.
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