quarta-feira, 11 de março de 2020

Testemunhas responsabilizam mulher por disparo no carnaval

Polícia fará reconstituição do crime; data ainda será definida

A Polícia Civil não tem dúvidas de que o tiro que atingiu o adolescente de 15 anos final da matinê do carnaval em Piraju foi disparo por Lidiani Nogueira Margonato.


Delegado Alberto Bueno Correa Filho
FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

Segundo o delegado Alberto Bueno Correa Filho, a convicção da polícia está embasada em provas testemunhais colhidas ao longo das investigações. “Todos os depoimentos estão em harmonia e conduzem no sentido de houve um disparo da arma pelo autor, mas tudo indica que o disparo que atingiu o adolescente tenha sido feito pela mulher”, diz.

Em depoimento prestado à polícia na semana passada, Lidiane negou qualquer participação no crime. O namorado dela, o agente penitenciário Alex José Margonato, assumiu a autoria dos dois disparos que foram feitos no dia dos fatos.

“Ele trouxe para si a responsabilidade, mas ele disse que não atirou contra o grupo de adolescentes. Ele tentou efetuar um disparo para cima, que falhou. Daí ele fez um disparo na horizontal. Existe um depoimento que confirma esse fato”, conta o delegado.

De acordo o delegado, o casal apresentou uma outra versão sobre o que aconteceu antes dos disparos. “O casal disse que estava andando normalmente, sem briga, e comentado que havia um cheiro de maconha ali, e os adolescentes teriam ‘vestido a carapuça’. Eles teriam reagido mal com relação à ofensa que receberam”, informa.

Para a polícia, a hipótese de duas armas terem sido usadas no dia do crime está descartada. “A arma do agente penitenciário estava guardada na bolsa da mulher, embora o coldre estivesse na cintura dele. Pessoas viram a mulher tirando a arma da bolsa e ele tentando tirar a arma da bolsa para colocar no coldre.”

O delegado acredita que 30 dias não serão suficientes para concluir o inquérito, a começar pela necessidade da reprodução simulada dos fatos, mais conhecida como reconstituição do crime, cuja data ainda não está definida.

Em paralelo, a polícia aguarda alguns documentos importantes. Um deles é o laudo do Instituto de Criminalística (IC) de Avaré, que já recebeu a arma usada no dia do crime.

No final da noite do dia 25 de fevereiro, Matheus Rodrigues estava com um grupo de amigos na Praça Ataliba Leonel quando foi baleado no braço direito. O tiro transfixou o braço e perfurou o tórax. Por decisão médica, a bala permanece alojada no corpo do adolescente.

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