segunda-feira, 22 de junho de 2020

Trabalhadores do setor de beleza pedem retorno das atividades

Comerciantes alegam que atividades não contribuem para disseminação da COVID-19

Um grupo de profissionais que trabalham em barbearias e salões de beleza realizou hoje, 22, um protesto pacífico na Praça Luzia Petroni Laino, próximo à Câmara Municipal de Piraju.

FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju

Eles se manifestaram contra a decisão que suspendeu o funcionamento desse tipo de atividade comercial no município. O ato foi acompanhado de perto pela Polícia Militar.

Os profissionais criticaram a atitude da promotora de Justiça do Fórum da Comarca de Piraju, Mariana Ueshiba da Cruz Gouveia, que enviou uma recomendação administrativa à prefeitura solicitando a adequação do município ao Plano São Paulo.

Conforme divulgado, a prefeitura emitiu decreto que permitia o funcionamento de barbearias e salões de beleza, contrariando a fase imposta à região de Bauru pelo governo paulista.

O Ministério Público ameaçou ingressar com uma Ação Civil Pública contra a prefeitura, fato que levou a administração a revogar o decreto e determinar a proibição do funcionamento de barbearias e salões de beleza a partir desta segunda-feira.

No documento enviado à prefeitura, a promotora cita que, além de inconstitucional e afrontar o pacto federativo, o decreto municipal “estimula a circulação de pessoas e, assim aumenta a disseminação do coronavírus”.

O marido de Adriana Aparecida dos Santos trabalha como cabeleireiro. Ela alega que, diferentemente do que foi colocado pelo Ministério Público, os salões de beleza não contribuem para a propagação da doença. “A gente está tomando todos os cuidados necessários, como poucas pessoas no salão. Quando a gente sai no centro, tudo está lotado”, diz.

Cabeleireiro há 13 anos, Hugo Henrique Bueno diz que seu ramo de atividade está longe de gerar acúmulo de pessoas como em outros segmentos comerciais. “O salão não é um local que aglomera pessoas. As pessoas vão com hora marcada. Não vão chegar cinco pessoas para ser atendidas. A aglomeração está ocorrendo nos supermercados e farmácias. A gente está pagando o pato por isso”, relata.

De acordo com os organizadores do protesto, um ofício pedindo a reabertura de barbearias e salões de beleza será protocolado na prefeitura, Câmara Municipal e no Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus.

Os profissionais estudam ainda ingressar na Justiça com pedido de liminar para que as atividades voltem a ser permitidas no município.

Ainda nesta segunda-feira, a Câmara Municipal, por meio de seu presidente, José Carlos Brandini, enviou ofício à promotora solicitando a abertura das barbearias e salões de beleza.

No documento, a Casa argumenta que os profissionais que trabalham nesse ramo já providenciaram todos os cuidados de segurança para evitar o avanço do novo coronavírus.

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