domingo, 23 de maio de 2021

Improdutiva, comissão esgota metade do prazo

Parlamentares têm até agosto para apresentar o relatório dos trabalhos

DIEGO DOS REIS

A Comissão Especial de Estudos da Saúde, criada a pedido do vereador Erico José Tavares (SD), está fadada a ser mais um episódio decepcionante na história da Câmara Municipal de Piraju.

FOTO: Diego dos Reis/AEP

Instalada no dia 19 de fevereiro, a comissão já usou metade do tempo a que tem direito para apresentar o relatório dos trabalhos. O prazo dos estudos é de 180 dias, com possibilidade de prorrogação.

Além de Tavares, a comissão conta com os vereadores Juninho Braz (PTB) e Janaína Riato Rueda (DEM). Os membros foram definidos por sorteio.

Ao longo dos últimos três meses, a comissão realizou apenas uma única reunião. Detalhe: sequer foi lavrada a ata do encontro. Nessa reunião, os membros decidiram pedir todos os requerimentos apresentados pela Câmara no período de 2017 a 2020 sobre a área da saúde.

A pasta que reúne todas as informações da comissão tem ainda o ofício de um cidadão endereçado ao presidente do Legislativo, Lauro Fernandes de Melo (PL). No documento, o munícipe solicita providências no âmbito do programa Estratégia Saúde da Família e no pronto-socorro, bem como no contrato de gestão celebrado entre a Sociedade de Beneficência e a prefeitura.

Em síntese, o que foi feito até agora evidencia uma completa improdutividade por parte da comissão, que, mesmo ciente dos inúmeros problemas que cercam o setor, e que foram agravados devido à pandemia (falta de uma UTI no município, por exemplo), não promoveu nenhuma radiografia da saúde.

Os parlamentares têm agora três meses pela frente. O tempo é curto, porém, se bem aproveitado, pode compensar a estagnação registrada na primeira metade do prazo. Caso a falta de empenho persista, a comissão repetirá o fiasco de uma outra comissão criada por Tavares na legislatura passada.

O grupo foi instalado com o mesmo objetivo, porém em um cenário pré-pandemia, quando haviam, por exemplo, denúncias graves contra o atendimento prestado no pronto-socorro. À época, o município estava envolto no caso da esteticista Carla Fonseca que morreu aos 30 anos por conta de uma apendicite que não foi diagnosticada a tempo.

Procurado para comentar o assunto, Tavares disse que a pandemia da Covid-19 comprometeu os trabalhos da comissão, especialmente em razão do surto provocado pela doença no quadro de funcionários da Casa de Leis.

O vereador informou ainda que, nesta segunda-feira, a comissão irá analisar as respostas dos requerimentos que foram solicitados. Ele também pretende agendar reuniões com profissionais ligados à área do setor, de forma a sugerir mudanças no atendimento prestado à população.

Por fim, o vereador relatou que o principal foco da comissão é tratar da UTI e de melhorias no pronto-socorro. “Acredito que agora [os trabalhos] vão ter um pouco mais de sequência”, garante.

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