Prefeito de Piraju é alvo de denúncias de assédio sexual

Chefe do Executivo nega as acusações e diz que irá se defender

DIEGO DOS REIS

O jornal Debate divulgou uma reportagem sobre duas acusações de assédio sexual contra o prefeito de Piraju, José Maria Costa (DEM). A matéria foi divulgada na última edição do semanário.

José Maria Costa 
FOTO: Diego dos Reis/AEP

De acordo com o jornal, as denúncias tramitam na Justiça e envolvem duas mulheres. Uma delas, segundo a reportagem, tinha 16 anos quando teria sido importunada pelo chefe do Executivo.

A matéria informa que a adolescente trabalhava no paço municipal. “Ela relata que era chamada ao gabinete de Zé Maria com frequência e que, nestas ocasiões, teria sido importunada pelo prefeito – que dizia sobre ela estar ‘sensual’”, relata o jornal. O caso motivou a mãe da menor a apresentar o caso ao Ministério Público.

Em outra oportunidade, o prefeito teria enviado mensagem à adolescente dizendo que estava carente e que “teria de se virar com as mãos”. A menor alega que, mesmo tentando se esquivar da situação, as importunações persistiram.

O jornal cita que, em 2017, a jovem chegou a chorar dentro do gabinete, fato que despertou a atenção de funcionários. “[...] o prefeito teria dito que tudo não passava de uma brincadeira e que a garota teria entendido errado”, afirma o jornal.

Segundo a reportagem, a menor informou que outras mulheres foram submetidas à mesma situação, e que os assédios permaneceram após sua saída da prefeitura.

O segundo caso discriminado na matéria versa sobre uma mulher casada e “ex-apoiadora” do prefeito. De acordo com o semanário, Costa coagiu a mulher para que o marido dela não testemunhasse contra o prefeito em um processo eleitoral.

Em 2020, aponta a reportagem, o chefe do Executivo enviou uma mensagem à mulher referindo-se a ela como “gostosona”. Nesse mesmo contato, o prefeito questiona a ex-apoiadora sobre o marido dela: “Como vocês estão aí? Tô preocupado com essa eleição. Cadê o viado do kkkkkk o Zé do Copo” (sic).  

“Numa outra troca de mensagens, Zé Maria diz que abriria um circo e colocaria a mulher para trabalhar. Na sequência, faz uma brincadeira machista e pejorativa com o anúncio: E agora vem aí a engolidora de calcinha kkkkk”, cita o jornal.

Durante as eleições municipais do ano passado, o chefe do Executivo teria assumido o compromisso de dar um cargo comissionado à mulher caso ganhasse o pleito. Contudo, relata a matéria, o cargo estaria condicionado a favores sexuais.

Em todas as investidas, aponta a reportagem, a mulher reage negativamente às mensagens, citando inclusive que iria relatar o caso ao seu esposo. Os assédios chegaram ao ponto de comprometer a relação da vítima com o marido, obrigando a mulher a se mudar do estado de São Paulo.

A reportagem informa que, após ter sido arrolado no referido processo, o prefeito voltou a mandar mensagens à mulher. “Tenho algumas coisas que nunca na vida iria querer usar contra vc mesmo seu marido ficando me enchendo o saco”, diz.

RESPOSTA

O prefeito usou as redes sociais para comentar a matéria. Na primeira postagem, Costa nega as acusações e diz que, até o momento, não foi citado pela Justiça.

Além de desqualificar o jornal, o chefe do Executivo diz que atribui a reportagem a um “advogado em decadência que já é acostumado a perseguir prefeito que não lhe faz a vontade (cargos etc) vive em uma mansão suspeita e se aproveita de pessoas humildes para ser manuseada por ele”.

Em outra publicação, dessa vez feita sob a forma de live, o prefeito aproveita uma reunião sobre a instalação da central de hemodiálise em Piraju para comentar o assunto.

“Não vou me desculpar de nada. Quero ver o que vai acontecer. Eu mesmo já coloquei no meu Facebook. Não devo nada, então não tenho medo”, afirma. Na transmissão, Costa não entra no mérito da denúncia, preferindo criticar a atuação de “advogados” que ficam “procurando problemas para denegrir o prefeito”, uma vez que não conseguiram “cargo” na administração, “conforme ele sempre teve, sempre fez com outros prefeitos”.

Costa usa o termo “traidor” para se referir ao profissional. “Se eu tiver alguma culpa, eu vou me defender e procurar ver se realmente eu sou culpado. Eu tenho a consciência tranquila que não tenho culpa nenhuma”, finaliza.