quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Protetor de animais é denunciado por maus tratos

Polícia Civil irá instaurar inquérito para apurar o caso

DIEGO DOS REIS

Uma denúncia de maus tratos resultou na retirada de 29 animais, entre cachorros e gatos, da residência de William Ribeiro, conhecido por atuar como voluntário na causa animal. Há um ano, ele ocupa um cargo de assessor na administração do prefeito José Maria Costa (DEM).

Dois cachorros foram encontrados com ferimentos que não estavam
sendo devidamente cuidados pelo assessor
FOTO: APRAPI

A denúncia foi feita pela Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI) com base em depoimentos preocupantes sobre a situação dos cachorros e gatos mantidos na casa do protetor. A polícia também recebeu denúncias anônimas sobre o caso.

William Ribeiro ocupa um cargo na administração do prefeito José Maria
Costa desde janeiro de 2021; atuação do assessor desde sua entrada
na prefeitura foi avaliada negativamente pela administração
FOTO: Expresso Piraju

Sob o comando do delegado Adriano Leite de Assis, a polícia foi até a casa do denunciado, que fica no Portal Ecológico do Salto do Paranapanema. O protetor autorizou a entrada da polícia no imóvel.

O delegado designou uma veterinária particular para avaliar as condições do espaço e dos animais. A profissional ficou encarregada de elaborar um laudo da situação. De acordo com Assis, “alguns animais estavam em condições inadequadas”.

A autoridade policial foi informada pelo denunciado que todos os animais foram retirados das ruas, e só foram levados para o imóvel porque a prefeitura não ofereceu espaço para abrigá-los.

Diante disso, o delegado entrou em contato com o diretor do Departamento de Defesa Animal, João Antonio Galvão Junior, e pediu o remanejamento dos animais para uma área mantida pela prefeitura. Depois de alguns minutos, o titular da pasta informou à polícia que o CCZ estava à disposição para receber os 29 cães e gatos.

Momento em que um dos cachorros feridos dá entrada no centro cirúrgico do CCZ
FOTO: APRAPI

Dois animais precisaram de atendimento logo que deram entrada no CCZ. Uma cadela estava com um ferimento profundo em uma das patas dianteiras. A veterinária designada pela polícia constatou que o animal estava sentindo muita dor.

Um outro cachorro estava com um ferimento em uma das orelhas. A exemplo do caso anterior, a lesão estava aberta, sem nenhum curativo. Um representante da Associação Protetora dos Animais, que também acompanhou a diligência, verificou que os ferimentos estavam com mau cheiro e atraindo muitas moscas.

Uma veterinária ouvida pela reportagem analisou as imagens da APRAPI e verificou que as feridas não apresentavam sinais de qualquer tipo de cuidado. “Isso já configura maus tratos porque o animal não pode ser omitido de cuidados veterinários”, afirma.

Sem tratamento adequado, a ferida pode gerar miíase (bicheira) e desencadear uma infecção generalizada. De acordo com ela, esse tipo de caso exige inicialmente a realização de tricotomia (remoção dos pelos) como forma de facilitar a assepsia diária do ferimento, contribuindo assim para agilizar a cicatrização.

Em paralelo, animais nessas condições devem receber antibiótico e anti-inflamatório. “A situação de dor pode também interferir no apetite do animal e levá-lo ao emagrecimento”, explica.

Segundo a APRAPI, os animais estavam vivendo em condições insalubres. Cachorros foram encontrados abrigados em estruturas improvisadas, com lonas rasgadas e pisando nas próprias fezes. Como estava chovendo no momento do flagrante, a precariedade do espaço ficou ainda mais explícita.

Os gatos estavam em um espaço sujo e com infiltração. Os animais estavam urinando e defecando em uma área desprovida de limpeza. Fezes foram encontradas amontoadas em um saco. Outras – todas secas, o que indica que não foram feitas recentemente – estavam espalhadas no chão.

Não havia nenhum pote com ração dentro do gatil. Alguns gatos foram encontrados se alimentando no chão úmido. Um pequeno galão foi localizado no gatil com água esverdeada. A APRAPI registrou toda a situação em vídeo.

Durante a diligência, um gato acabou sendo adotado por um dos policiais civis. Após dar entrada no CCZ, o animal foi levado para a casa do policial. Segundo ele, o gato estava abatido e com um cheiro muito forte de urina por todo o corpo, fato que reforça a tese de que os animais estavam dividindo espaço com a própria sujeira na residência do protetor.

Um outro gato que também foi retirado da casa do protetor estava bastante debilitado. O animal – o mais novo de todos os que estavam no gatil – aparentava estar doente. Todos os 29 animais passaram por atendimento no CCZ.

Segundo o delegado, o protetor afirmou que todos os animais foram encontrados nas ruas, e que só foram levados para a casa porque a prefeitura não os acolheu. A reportagem apurou que a informação não é verídica. De acordo com uma fonte, a maioria dos animais pertencia a William Ribeiro antes mesmo dele entrar na prefeitura, ou seja, antes de janeiro de 2021.

Além da sujeira no espaço ocupado pelos animais, o veículo público usado pelo assessor estava complemente imundo. Seringas foram encontradas com medicamento já aspirado. Devido a falta de acondicionamento adequado, os remédios estavam impróprios para uso.

FOTO: APRAPI


FOTO: APRAPI

No compartimento de carga, dois sacos com ração foram encontrados abertos e com ração exposta no piso sujo da carroceria. O espaço usado pelo assessor para transportar animais estava sem manutenção (imagem abaixo).


FOTO: APRAPI

William Ribeiro foi procurado pela reportagem para comentar o caso. Ele preferiu não se manifestar no momento.

Já a prefeitura informou via e-mail que desconhecida a situação encontrada pela polícia na casa do assessor justamente por ser um imóvel particular. “Em nenhum momento a municipalidade forçou ou mesmo solicitou ao referido assessor que levasse animais para sua residência”, diz.

A administração disse à reportagem que Ribeiro relatou à prefeitura que estava levando animais para sua residência “por livre vontade do mesmo”, já que não havia espaço no CCZ e no canil municipal. De acordo com a prefeitura, o município nunca custeou nenhuma despesa alimentícia e/ou veterinária dos animais abrigados na casa de Ribeiro.

Sobre o recolhimento dos 29 animais no CCZ, a prefeitura relatou que isso só foi possível através do “remanejamento” dos cães e gatos que já estão abrigados no órgão. O questionamento levou em conta o fato de o CCZ costumeiramente alegar que não possui espaço para recolher animais.

A prefeitura informou que o veículo usado pelo assessor já foi encaminhado para revisão “visando melhorar as condições de uso do mesmo”.

Por fim, a administração relatou que “está analisando” a permanência de Ribeiro no quadro de assessores da prefeitura.

A Polícia Civil confirmou que irá instaurar inquérito para apurar possível crime de maus tratos. De acordo com o novo texto da Lei de Crimes Ambientais, a pena para maus tratos foi ampliada de dois a cinco anos de prisão. A medida ainda prevê multa e proibição de guarda.

8 comentários:

Anônimo disse...

Coitado dos animais saem da panela para a frigideira.

Bene disse...

Coitados dos animais serem sujeitos a maus tratos! Porém o ccz tbm nunca pode abrigar animais. Difícil viu! Que fazer quando se encontra um animal abandonado? Recorrer a quem ? Alguem tem respostas ??

Anônimo disse...

Protetor???

Anônimo disse...

Ele usa isso como politicagem, smp foi assim, ele não gosta dos animais, é só pra se aparecer, a casa caiu agora pra ele, tem que ser demitido. Vejo de perto as coisas que ele faz ele é sujo mesmo, pura política, ele não gosta de cachorros

Anônimo disse...

É fácil sair por aí com carro da prefeitura e fazer live e ganha 5 pau por mês, e não cuida direito dos bichos, se não tem condições não pega, cara idiota, só faz isso pra se aparecer, pra ganhar voto, mas na vdd não tá nem aí pros animais

Heliawgr disse...

Tem esse William Ribeiro e mais 2 ai q se dizem cuidadoras de animais mas gostam de cuidar na xada dis outros! Tem 2 fulanas q a anos tratam de gato na casa da minha sogra,entravam no quintal da minha sogra q era aberto e tratavam e ainda deixavam imundo colocacam latas vazias de wiska isopor de Marmitex e largavam tudo lá no chão minha sogra e o vizinho dela fecharam todo o quintal para q parecem, e essas sem vergonhas ainda enfiam a mão pelo portão e deixam as vasilhas lá dentro,quanto fui falar q não queriamos mais início uma discussão e disse até q ia me processar pq estávamos deixando sem água pq estamos jogando os potes fora,palhaçada pensam q tem mais direitos sobre a casa dos outros do q o próprio dono da casa, vou denunciar pra esse delegado ou na vigilância sanitária!

Anônimo disse...

O povo não gasta 1 centavo com veterinário e fica chamando ele para exercer ilegamente essa função. Ego bem grande e animais sem cuidados devidos. Quem tem animal tem obrigação de cuidar com responsabilidade e procurar profissionais.

Larissa fioruci disse...

Povo covarde usa não me anônimo são tão merda que nem nome deve ter, quero ver quem crítica se faz algo o ajuda os animais ou uma pessoa seus falsos do caramba