quinta-feira, 24 de maio de 2012

Brandini aposta na geração de empregos para justificar construção de usina

Para ele, os grupos contrários ao empreendimento não conhecem a periferia da cidade

24/05/12 – 08h07

Cartaz afirma que favoráveis ao empreendimento são
minoria no município
(FOTO: Ena Mello)
Ao contrário do que se esperava, o projeto que prevê a revogação das principais leis que protegem o Rio Paranapanema não deu entrada na sessão dessa semana da Câmara Municipal de Piraju. De acordo com o presidente da Casa, José Carlos Brandini (PSD), a apresentação da matéria foge da competência dos vereadores. “É um projeto que tem que ser feito pelo prefeito”, diz.

Conforme divulgado pelo Expresso Piraju, a proposta está em sintonia com os interesses da empresa ECBrasil, que intenciona construir uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no último trecho de corredeira natural do rio.

Centenas de pessoas contrárias ao projeto compareceram no prédio do Legislativo para protestar. As fotos dos manifestantes repercutiram nas redes sociais. Com cartazes, os cidadãos mostraram mais uma vez que o Paranapanema não pode ser tratado como moeda de troca.

Na manhã de ontem, 23, Brandini foi entrevistado pela Eduvale FM. O parlamentar se mostrou bastante incisivo contra a atitude dos ambientalistas. Segundo ele, os antiusinas não conhecem a realidade dos bairros periféricos da cidade, e por isso não sabem quantas pessoas poderiam usufruir das vagas de emprego caso a usina seja construída.

“Essas pessoas que fez o manifesto é as pessoas que estão no direito deles, mas é pessoa que é aposentado, ganha bem, é aposentado do Banco do Brasil, é funcionário do Judiciário que ganha uma fortuna”, dispara. 

Confira o áudio.

4 comentários:

julio disse...

Onde que a possibilidade incerta de alguns trabalhos temporários vale mais que uma interferência ambiental de degradação permanente?

Eu já disse em outro Post: "Um salão de beleza tem mais capacidade de geração de empregos permanentes do que uma PCH".

E o que dizer do restante das cidades da pequena região a qual pertencemos? Sim, o que dizer dessas cidades que desenvolvem sua economia escancaradamente à custa da geração de empregos de caráter permanente? Digo que não fazem nada de mais, pois, com a disposição econômica que vivemos, hoje, no Brasil, fica fácil qualquer mobilização nesse sentido. O problema é que os administradores de Piraju não querem fazer nem mesmo o mínimo!
Uma PCH não é a solução para um problema que não exige mais do que interesse e boa vontade administrativa para ser resolvido.

Zecagarcia disse...

O Parque do Dourado, corredeiras do Paranapanema, salto Piraju, pista natural de Slalon, mata ciliar do rio, objetos da degradação ambiental caso seja construída a Usina, poderiam ser a maior fonte de geração de emprego para a nossa cidade, carente de projetos que inclusive nunca foram desenvolvidos ou aprovados por esses mesmos representantes do povo que ficam batendo no peito dizendo que se preocupam com os mesmos. O dever de fazer a reivindicações do povo é desses que querem transferir a responsabilidade aos ambientalistas que não tem cargo público e nem recebem salários dos cofres municipais.

Marco Antonio Pereira disse...

É lamentável que nossos representantes não busquem um mínimo de informações que possam sedimentar suas defesas.
Em nenhum lugar do mundo construção civil deu emprego permanente.
Pirajú precisa é de empregos que perdurem mais que a fase rápida de construção de uma usina.
Pensem na vocação natural que Piraju tem. Reforcem os atrativos para investidores na condição de Estância Turística que Piraju tem. O custo de se perder para sempre uma dádiva da natureza não vale os míseros 28MWh que serão gerados.
Porque nossos representantes não discutem os maior produto de Piraju que é a energia elétrica já gerada, cujos resultados vão para bolsos distantes do município?
Porque não temos mais representação política inteligente o suficiente para ver que os municípios do Vale do Paranapanema continuam na mesma situação econômica de 50/60 anos atrás, apesar de que juntos deram as condições de exploração de geração elétrica por concessionárias que pouco trouxeram à esses mesmos municípios?
Não pensar no povo é estar fadado ao ostracismo e condenado pela história. O povo precisa é de programas consistentes de geração de renda e inclusão social de forma permanente e não de serviços temporários como peão de obra. Pensamentos tacanhos para um município com a história politica que tem Piraju. Que forças estranhas os levam a negociar por tão pouco valor o patrimônio de toda a população?

OAT disse...

As declarações do presidente da Câmara de Vereadores de Piraju e dos demais vereadores que assinaram o projeto de lei tentando derrubar as leis que protegem o último trecho de corredeiras do rio Paranapanema em Piraju demonstra bem a falta de conhecimento destes legisladores. Com argumentos estúpidos e rasos, a fala do vendedor de gás e de seus pares nas rádios locais mostra bem o tipo de gente que se diz representar o povo de Piraju. Fica nítido que quem não conhece a periferia e os principais problemas estruturais e ambientais de Piraju são estes vereadores que sequer respeitam a população. São pagos para defender o povo, mas são os primeiros a querer "negociar" nosso rio por migalhas. E ainda têm coragem de criticar ambientalistas e cidadãos pirajuenses por manifestarem seu REPÚDIO por esta tentativa sórdida. O tempo de amarrar cachorro com liguiça acabou senhores. O Ministério Público Federal foi acionado e o direito coletivo será garantido, apesar de vocês.