A divulgação da realidade
campesina precisa ser vista com prioridade, a mesma prioridade que é dada aos
assuntos da cidade
16/06/12 – 15h21
Fui questionado por um colega a respeito da imprensa de
Piraju. Preocupado com o fato de os meios de comunicação terem uma pauta
relativamente previsível, ele quis saber seu eu tenho alguma crítica em relação
ao trabalho da imprensa local. Eu disse que sim, naturalmente. Falei que até na
minha vida como repórter há problemas cuja natureza deveria servir de argumento
para uma revisão completa do meu enfoque profissional.
O que ocorre, no entanto, é que as condições materiais, em
especial, tolhem qualquer iniciativa transformadora. No meu blog de notícias,
por exemplo, um dos empecilhos é o meu deslocamento até o local dos fatos, bem
como a disponibilidade para elaborar uma matéria que efetivamente dê conta da
realidade. Eu, que viajo diariamente para o Paraná a fim de garantir minha
formação superior, sinto uma tremenda falta de cobrir o trabalho dos vereadores
e as reuniões de algumas entidades e conselhos. Tenho costume de dizer que as
pautas mais interessantes são encontradas após às 18h. Incrível...
Dificuldades à parte, considero que a imprensa pirajuense
exerce um jornalismo muito dedicado à zona urbana. Assuntos concernentes à
cidade ocupam lugar de destaque nas rádios e jornais. Por tabela, os fatos que
extrapolam os limites citadinos só aparecem em ocasiões acidentais e
determinadas. É engraçado, pois a economia do município continua muito atrelada
à produção do campo.
Por semana, a cidade realiza duas feiras municipais, ambas
exploradas por pequenos agricultores. Além disso, a cafeicultura exerce papel
preponderante na renda das famílias. A importância do café só é lembrada em
eventos específicos, como o que é promovido anualmente pela PROCED (Associação
dos Produtores de Café Descascado de Piraju e Região).
Nesse sentido, eu vejo que as conquistas e desafios da zona
rural deveriam ocupar um espaço permanente na imprensa. A divulgação da
realidade campesina precisa ser vista com prioridade, a mesma prioridade que é
dada aos assuntos da cidade. Espero que os meus colegas de imprensa acolham
minha preocupação de forma construtiva, pois o que está evidência nessas linhas
é a exposição de uma deficiência superável.
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Diego dos Reis de Oliveira, repórter
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