O vereador Rubens Alves de Lima
(PSB) protocolou na Câmara Municipal de Piraju três projetos que, se aprovados,
abrirão espaço para que a empresa ECBrasil, do Rio Grande do Sul, consiga
implantar uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no último trecho natural do
Rio Paranapanema.
Montagens como essa circulam pelas redes sociais; internautas não poupam ofensas contra os edis que assinaram o projeto (FONTE: Facebook) |
Os projetos contam com a adesão
de seis vereadores. Apenas Denilton Bergamini (PP), Valberto Zanata (PSDB) e
Luciano Louzada (PMDB) se recusaram a assinar os projetos.
Na manhã da última sexta-feira,
23, a reportagem da rádio Eduvale FM tentou contato com o autor das
proposituras. Rubens se mostrou interessado em falar a respeito do assunto.
Questionado se poderia comparecer no jornal do meio-dia da emissora para expor
o assunto, o parlamentar preferiu não confirmar sua participação.
O presidente da Casa, José Carlos
Brandini (PSD), também foi procurado. Ele disse que não irá adiantar seu
posicionamento até que as comissões permanentes analisem os projetos. Apesar
disso, no entanto, Brandini disse em alto e bom som que continua favorável ao
empreendimento. Para ele, o município deve aproveitar o momento antes que a
União autorize a construção da usina sem o consentimento da sociedade
pirajuense.
O presidente ainda falou que é
possível exigir da empresa uma contrapartida condizente com os interesses de
Piraju. Ele apontou duas situações que poderiam ser contempladas. Uma delas é a
construção de um pronto-socorro. Por fim, Brandini disse que a negociação não
irá excluir a população do debate.
Na noite de amanhã, às 19h, data prevista
para a leitura dos projetos (vale destacar que a matéria conta com parecer
favorável do jurídico da Casa), manifestantes contrários à usina pretendem acompanhar
a sessão a fim de que o assunto não prospere. A pressão contra os vereadores
está tão grande que até o site da Câmara Municipal foi hackeado.
Em maio, quando ocorreu a última
tentativa de derrubada das leis, cerca de 300 pessoas lotaram o auditório do
Legislativo. Na oportunidade, as leis foram mantidas graças ao parecer do então
assessor jurídico José Silvestre, que considerou inconstitucional o projeto
encabeçado por Brandini.
O jornal Observador deu ênfase ao
tema na sua última edição. De acordo com o semanário, o objetivo dessa nova
tentativa ‘barrageira’ é derrubar as leis municipais que protegem o
Paranapanema, tornando-o passível de receber mais uma usina apenas com uma autorização
do governo federal.
2 comentários:
Parabéns Diego dos Reis pelos esclarecimentos a todos nós que estamos lutando para que essa tragédia não aconteça mais uma vez em nossa cidade
Obrigado pelas palavras, José Garcia. Meu objetivo como repórter é o de apenas levar informação aos leitores. Precisamos de argumentos para justificar nossas escolhas, e isso a população precisa enxergar com clareza. Forte abraço.
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