quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vereador solicita informações sobre reunião do prefeito Jair com manifestantes

Participação de quatro funcionárias em protesto motiva encontro no gabinete do Executivo

Uma discussão acalorada marcou a sessão de ontem, 16, da Câmara Municipal de Piraju. O debate foi motivado por dois requerimentos apresentados pelo vereador José Eduardo Pozza (PTB). Os dois ofícios versam sobre o mesmo assunto: a suposta intimidação praticada pelo prefeito Jair César Damato (PMDB) contra quatro funcionárias que participaram da manifestação ocorrida na noite do dia 21 de junho.

Segundo informações, as servidoras foram chamadas para uma reunião no gabinete do Executivo. A pedido de Jair, o encontro teve como propósito questionar as manifestantes sobre dois cartazes que foram divulgados no dia do protesto. Os cartazes continham as mensagens: “Abaixo às belas gratificações à minoria. Aumento salarial para todos já” e “Corte nos investimentos corruptos. Desculpas esfarrapadas não colam mais”.

Na justificativa dos dois requerimentos, Pozza alega que foi procurado por “vários funcionários públicos, não necessariamente participantes da reunião ocorrida no gabinete do prefeito”. O parlamentar diz que as funcionárias foram ameaçadas pela administração. A intimidação teria chegado ao ponto de a prefeitura sugerir a instauração de “procedimentos disciplinares” contra elas.

Em entrevista à rádio Eduvale FM, o vereador diz que duas servidoras pediram exoneração do cargo após participar da reunião. “Pelo que eu tenho conhecimento, duas funcionárias pediram demissão em decorrência de intimação. É um absurdo”, conta.

O segundo requerimento questiona o papel do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais nessa história. Pozza quer saber se a entidade tomou alguma providência em prol das funcionárias. “O sindicato tomou conhecimento desse fato e, até onde sei, parece que não tomou nenhuma atitude”, diz.

O vereador João Fernando José (PMDB) comentou as indagações de Pozza na tribuna da Casa de Leis. 
Ele disse que no dia 24 de junho se reuniu com o prefeito para discutir a participação das funcionárias no protesto. O encontrou aconteceu antes da reunião com as manifestantes. Na oportunidade, eles discutiram principalmente a mensagem alusiva aos “investimentos corruptos”.

Quando se reuniu com as servidoras, Jair pediu explicações sobre os cartazes. Segundo João, elas disseram que as mensagens não foram direcionadas à prefeitura de Piraju. O vereador disse que o encontro se baseou na prerrogativa que “o patrão tem direito de exigir frente a seus subordinados”.

Durante a discussão dos requerimentos, o vereador Vinícius Garcia (PV) afirmou que uma das funcionárias pediu demissão “porque foi pressionada”. Segundo ele, o pedido levou em conta a possibilidade de a servidora sofrer um processo administrativo. Como a funcionária passou num concurso do Tribunal de Contas, a investigação certamente prejudicaria a contratação dela na nova função. Garcia disse que a demissão foi motivada por esse risco a que ela estaria sujeita.

O debate foi finalizado pela intervenção do autor dos requerimentos. Pozza disse que o prefeito não tinha que ter feito a reunião com as servidoras, pois elas não estavam protestando em horário de trabalho, muito menos participando da manifestação como funcionárias públicas.

RESPOSTA

A reportagem do blog Expresso Piraju procurou o presidente do sindicato, Silvano de Matos Pereira. Ele disse que só não tomou alguma medida contra a prefeitura porque fora orientado pelas funcionárias a manter o caso em sigilo.

Silvano disse que, em função da repercussão do assunto no Legislativo, pretende conversar novamente com as servidoras. Se for de interesse das manifestantes, a entidade ingressará na Justiça.

O blog também procurou o prefeito Jair Damato. Segundo o assessor de imprensa da prefeitura, Marcos Fernandes, o prefeito está em São Paulo.  

2 comentários:

Anônimo disse...

seguinte fica a dica ! a manifestação de dia 21 que foi a primeira é nossa e se tão intimidando nossos manifestantes pessoas que sairão pra lutar pelo direito deles ai a conversa é outra porque não intimida o organizador aqui ? outra não por causa que eles são funcionários publico eles não pode protestar e se manifestar acho que ele esqueceu que direito de se manifestar é todos outra coisa bem importante estas 4 funcionarias não deve explicar merda nenhuma alias ela tava fora do horário de trabalho dela porque a primeira manifestação começo 20:00 horas então gente povo unido ja mais será vencido.

Maskarado disse...

Segundo Jair Damato nenhum funcionária tem o direito de contestar sua "imaculada" gestão? Funcionários por serem funcionários perderam o direito de liberdade de expressão? Muitos e muitos funcionários não dizem realmente o que pensam com medo desse tipo de OPRESSÃO.