Escolha foi sacramentada em votação
ocorrida nas dependências da unidade
A EMEIF
Profa. Lúcia Silva de Medeiros, localizada no Bairro dos Félix (zona rural do
município de Piraju), sediou ontem, 5, uma importante reunião. O encontro
contou com a presença de pais dos alunos, membros da direção da escola,
vereadores e imprensa, além da diretora do Departamento Municipal de Educação
(DEDUC), Maria Helena de Oliveira Soares, mais conhecida como Malena.
Responsáveis pelos alunos acompanham atentamente a exposição do assunto (FOTO: Expresso Piraju) |
Agendada com
o propósito de definir o futuro da escola, a reunião foi marcada por um amplo
debate a respeito da situação atual da unidade face à qualidade do ensino
proporcionado às poucas crianças matriculadas na unidade.
De acordo
com o que foi apresentado, o desenvolvimento educacional dos alunos está sendo
prejudicado pelo fato de a escola contar com salas multisseriadas. Como a
demanda escolar é muito baixa – nos 1º e 2º anos, por exemplo, 11 alunos
estudam na mesma classe –, a rede municipal não teve outra escolha senão unir
as turmas.
Atualmente,
menos de 40 alunos estão matriculados. O contingente envolve as turmas do pré 1
até o 4º ano. Segundo dados apresentados pela direção da escola, o quadro deve
permanecer praticamente o mesmo em 2015.
A diretora
da escola, Adriane Cavallaro, chegou a fazer um trabalho de campo para aumentar
a demanda da unidade. Segundo ela, o resultado mostrou que muitas famílias
deixaram a zona rural para viver na cidade. “Isso é algo natural. Há o êxodo
rural. Hoje, se você fizer essa pesquisa, há poucos alunos nas redondezas”,
explica.
Os problemas
decorrentes do multisseriamento ficaram ainda mais evidentes quando da inclusão
do sistema apostilado na rede municipal de ensino, ocorrida no primeiro
semestre desse ano. De acordo com a diretora do DEDUC, as atividades previstas
no sistema exigem que o professor esteja focado numa turma única.
Para
contornar a situação, uma das sugestões apresentadas na reunião foi a
transferência dos alunos para a zona urbana. Outra opção foi a permanência da
unidade no bairro com a garantia de que, uma vez aceita pelos responsáveis, a
prefeitura iria concentrar esforços para corrigir o déficit pedagógico.
A decisão
foi tomada através de votação. Cada família presente elegeu um
representante. Ao todo, 18 pais participaram da deliberação. Depois de alguns
minutos de apreensão, a apuração confirmou o que já era esperado: 11 votos
foram contabilizados a favor da permanência da escola. Apenas 7 votantes
optaram pela transferência dos alunos.
Logo após o
encerramento da votação, Malena garantiu que, a partir do ano que vem, toda a rede
municipal de ensino será contemplada com melhorias. Segundo ela, a execução dos
serviços levará em conta dois aspectos: prioridade e disponibilidade de
recursos. “Eu tenho as prioridades que as diretoras já colocaram pra mim. De
repente, uma escola está mais urgente do que outra. Eu tenho que atender uma
escola que tem um número excedente de alunos”, conta.
No caso
específico da escola do Bairro dos Félix, as necessidades abrangem desde a
falta de uniforme para os alunos até a inexistência de um campo apropriado para
a prática de atividades esportivas. De acordo com Flaviane Alves de Lima, que
tem um filho matriculado no 1º ano, os estudantes sempre voltam sujos para casa,
uma vez que as aulas de Educação Física ocorrem na terra. “Aqui não espaço que
seja limpo para eles brincarem. Falta estrutura”, diz.
CÁGADO
A mesma
situação encontrada no Bairro dos Félix está ocorrendo na escola do Bairro
Águas do Cágado. Segundo informações, o multisseriamento também está
comprometendo o ensino dos alunos. A diretora do DEDUC garantiu que os pais
serão comunicados sobre o problema. Caso haja consenso entre os responsáveis,
os alunos passarão a frequentar a zona urbana.
Se a opinião
convergir para a permanência da unidade, a prefeitura concentrará os mesmos
esforços para eliminar o prejuízo pedagógico.
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