segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Cavalgada volta a gerar casos de maus tratos

Organização do evento continua preocupando entidade ligada à causa animal

A exemplo do que aconteceu em 2014, a Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI) acompanhou de perto a cavalgada, evento que integra a programação da Festa do Café e Feira Agropecuária e Industrial (FECAPI-FAIPI). Na ocasião, os voluntários da entidade orientaram os participantes e acolheram denúncias.

Protetores de animais esperavam que os participantes estivessem com algum tipo de
identificação; medida não foi levada a cabo pela organização do evento
(FOTO: Expresso Piraju)

Ao longo dos quatro mil metros de percurso, os associados contabilizaram alguns casos de maus tratos. Minutos antes da saída, ocorrida na rotatória João de Moraes, um funcionário da prefeitura flagrou uma criança agredindo um cavalo. A violência só terminou porque servidor público repreendeu a criança.

Num outro caso, um cavalo deu claros sinais de que estava pouco à vontade com um acessório usado como freio. Questionado por um membro da APRAPI a respeito do assunto, o proprietário disse que o animal estava “estressado”.

Esses e outros casos foram apresentados à comissão responsável durante os 90 minutos de duração do evento. Segundo a entidade, os organizadores deixaram a desejar em muitos aspectos. Embora a edição desse ano tenha registrado alguns avanços (todos muito pontuais, segundo a associação), a cavalgada continua apresentando casos de maus tratos.

A associação informa que os casos não depõem contra a maioria dos participantes, já que muitos animais foram tratados adequadamente durante todo o percurso. No entendimento dos protetores, muitas situações poderiam ter sido evitadas se houvesse, por parte dos organizadores, uma cobrança mais rígida em relação à posse responsável.

“Para que isso aconteça, porém, é essencial que a organização deixe de lado a camaradagem e a alegação de que é difícil conversar com certos participantes. A cobrança tem que ser feita sempre visando o bem-estar do animal, independente se o sujeito é um conhecido ou se está sob efeito de álcool. Ficamos insatisfeitos. Esperávamos uma presença mais atuante por parte dos responsáveis”, diz Diego dos Reis de Oliveira, presidente da associação.

Assim que deixou o Centro de Exposições Pref. Cláudio Dardes, local escolhido como ponto de chegada, a APRAPI recebeu a ligação de um funcionário da FECAPI-FAIPI. Ele presenciou um participante pisando num boi adestrado, que estava deitado no chão. Além disso, o acusado foi visto jogando cerveja no rosto do animal. Após ser criticado por pessoas que testemunharam a agressão, o participante foi embora.

“Se cada participante fosse discriminado com um número, as denúncias poderiam ser feitas imediatamente. A associação fez o pedido dessa identificação junto à comissão da festa numa reunião ocorrida no mês passado. No dia do evento, não vimos nada disso. Recebemos a notícia de que a organização não teve tempo para providenciar a identificação”, lamenta Oliveira.

OUTRAS QUEIXAS

Em conversa com moradores que acompanharam o desfile, a reportagem do Expresso Piraju foi informada que o consumo excessivo de álcool e o descarte de latas e garrafas nas ruas e avenidas devem ser observados pelos organizadores. De acordo com eles, tais comportamentos denigrem o evento e ainda influenciam negativamente as crianças.

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