Organização do evento continua
preocupando entidade ligada à causa animal
A exemplo do
que aconteceu em 2014, a Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI)
acompanhou de perto a cavalgada, evento que integra a programação da Festa do
Café e Feira Agropecuária e Industrial (FECAPI-FAIPI). Na ocasião, os
voluntários da entidade orientaram os participantes e acolheram denúncias.
Protetores de animais esperavam que os participantes estivessem com algum tipo de identificação; medida não foi levada a cabo pela organização do evento (FOTO: Expresso Piraju) |
Ao longo dos
quatro mil metros de percurso, os associados contabilizaram alguns casos de
maus tratos. Minutos antes da saída, ocorrida na rotatória João de Moraes, um
funcionário da prefeitura flagrou uma criança agredindo um cavalo. A violência
só terminou porque servidor público repreendeu a criança.
Num outro
caso, um cavalo deu claros sinais de que estava pouco à vontade com um acessório
usado como freio. Questionado por um membro da APRAPI a respeito do assunto, o
proprietário disse que o animal estava “estressado”.
Esses e
outros casos foram apresentados à comissão responsável durante os 90 minutos de
duração do evento. Segundo a entidade, os organizadores deixaram a desejar em
muitos aspectos. Embora a edição desse ano tenha registrado alguns avanços
(todos muito pontuais, segundo a associação), a cavalgada continua apresentando
casos de maus tratos.
A associação
informa que os casos não depõem contra a maioria dos participantes, já que muitos
animais foram tratados adequadamente durante todo o percurso. No entendimento
dos protetores, muitas situações poderiam ter sido evitadas se houvesse, por
parte dos organizadores, uma cobrança mais rígida em relação à posse
responsável.
“Para que
isso aconteça, porém, é essencial que a organização deixe de lado a camaradagem
e a alegação de que é difícil conversar com certos participantes. A cobrança
tem que ser feita sempre visando o bem-estar do animal, independente se o
sujeito é um conhecido ou se está sob efeito de álcool. Ficamos insatisfeitos. Esperávamos
uma presença mais atuante por parte dos responsáveis”, diz Diego dos Reis de
Oliveira, presidente da associação.
Assim que
deixou o Centro de Exposições Pref. Cláudio Dardes, local escolhido como ponto
de chegada, a APRAPI recebeu a ligação de um funcionário da FECAPI-FAIPI. Ele presenciou
um participante pisando num boi adestrado, que estava deitado no chão. Além
disso, o acusado foi visto jogando cerveja no rosto do animal. Após ser
criticado por pessoas que testemunharam a agressão, o participante foi embora.
“Se cada
participante fosse discriminado com um número, as denúncias poderiam ser feitas
imediatamente. A associação fez o pedido dessa identificação junto à comissão
da festa numa reunião ocorrida no mês passado. No dia do evento, não vimos nada
disso. Recebemos a notícia de que a organização não teve tempo para
providenciar a identificação”, lamenta Oliveira.
OUTRAS QUEIXAS
Em conversa
com moradores que acompanharam o desfile, a reportagem do Expresso Piraju foi informada que o consumo excessivo de álcool e o
descarte de latas e garrafas nas ruas e avenidas devem ser observados pelos
organizadores. De acordo com eles, tais comportamentos denigrem o evento e
ainda influenciam negativamente as crianças.
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