quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Damato é cobrado por voluntário da Associação Protetora dos Animais

Prefeito sugere que entidade encerre as atividades e passe a cobrar a administração

O presidente da Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI), Diego dos Reis de Oliveira, questionou o prefeito Jair César Damato (PMDB) a respeito do atendimento prestado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). As cobranças ocorreram durante entrevista concedida pelo chefe do Executivo a uma emissora de rádio.


Prefeito Jair César Damato apenas deixou de responder quem assumirá as despesas
dos 12 cachorros que foram recolhidos pela APRAPI após negativa do CCZ quanto ao
recolhimento dos animais (FOTO: Expresso Piraju)

Segundo o voluntário, a lei municipal nº 3.057/2007, que dispõe sobre as atribuições do CCZ, não está sendo plenamente cumprida pela prefeitura, a começar pelo artigo que versa sobre o recolhimento de animais soltos nas vias públicas por parte do órgão. De acordo com Oliveira, alguns moradores que encontram cachorros e gatos abandonados na cidade não conseguiram apoio do CCZ.

O responsável pela entidade disse que os animais resgatados pelos munícipes não foram recolhidos pela prefeitura, uma vez que não há espaço nas baias do CCZ. Segundo ele, os mesmos moradores foram orientados pelo órgão a procurar a APRAPI.

Ocorre que os solicitantes receberam a informação de que, uma vez ligando para a entidade, os voluntários iriam promover o recolhimento dos animais. Uma das ligações feitas à associação foi gravada pelo voluntário como prova de que a orientação prestada pelo CCZ ignora a lei que estabelece as obrigações ao órgão, bem como desrespeita as limitações da entidade, cujo trabalho não consiste em abrigar animais abandonados.

O presidente da APRAPI fez questão de mencionar uma solicitação feita pela entidade ao CCZ envolvendo uma cadela e 11 filhotes que foram encontrados na zona rural. Como se não bastasse a negativa do órgão em recolher os animais, a prefeitura disse que não poderia imunizar os animais. No fim das contas, a própria entidade recorreu a duas clínicas particulares da cidade para solicitar atendimento.

Indignado, Diego questionou o prefeito sobre quem irá pagar as despesas, já que a administração deixou de oferecer um serviço previsto em lei. Vale destacar que a APRAPI não recebe verba pública. A receita da entidade é proveniente de eventos beneficentes, os quais não têm sido suficientes para liquidar os gastos oriundos de atendimentos que deveriam ser prestados pelo município.

Por fim, o voluntário afirmou que a associação “está sendo duramente penalizada” pela ineficiência do município.

Em resposta, Damato elogiou o trabalho prestado pela entidade e reconheceu que o papel da prefeitura não vem sendo cumprido nos casos envolvendo animais abandonados. O prefeito pediu que o voluntário procure a administração para oficializar a queixa, de forma a permitir que a prefeitura adote as providências para esclarecer as acusações.

Segundo o chefe do Executivo, o momento exige que a prefeitura priorize o atendimento prestado ao ser humano. “Eu tenho que fazer opção, e a minha opção é por pessoas”, afirma. “Nós não temos recursos para abraçar como deveríamos abraçar.” Damato disse que a atual gestão realizou vários pedidos a deputados, porém, até o momento, as verbas não foram liberadas.

Sobre a alegação de que a associação está sendo penalizada, o prefeito sugeriu que a entidade encerre as atividades e passe a fiscalizar o município. “Se a APRAPI está cansada, se ela não tem força, então desista disso e joga a responsabilidade para a prefeitura. A prefeitura tem que se virar pra resolver isso aí”, conta.

Na semana que vem, todos os pontos levantados pela diretoria da APRAPI serão discutidos numa reunião a portas fechadas no gabinete do prefeito. A associação irá apresentar gravações que depõem contra o atendimento prestado pelo CCZ.
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Clique no player e confira a participação do voluntário no programa que contou com a presença do prefeito Jair César Damato

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