terça-feira, 19 de abril de 2016

Presidente da ACIP revela decepção com o prefeito Jair Damato

Gastão diz que Executivo quebrou compromisso ao ter permitido instalação da Feira do Brás

A diretoria da Associação Comercial e Industrial de Piraju (ACIP) concedeu entrevista coletiva nesta para divulgar todos os esforços que foram feitos pela entidade para proibir a instalação da Feira do Brás na cidade.

Gastão Lanze, presidente da ACIP (FOTO: Expresso Piraju)

Encabeçada pelo presidente da ACIP, Gastão Lanze, a coletiva contou com a participação de quatro lojistas e do gerente da Associação, Ataíde Moreira dos Santos.

Lanze disse que o prefeito Jair César Damato (PMDB) firmou “compromisso com o comércio de Piraju” ao ter garantido que a administração não iria expedir alvará para a realização da feira.

Ocorre que, no final da tarde da última sexta-feira, 15, a prefeitura autorizou o funcionamento após o responsável pela feira, Thiago Hernandes da Silva, providenciar a regularização do evento.

Durante a coletiva, o presidente da ACIP não escondeu sua revolta com a administração. “Eu procurei o melhor, mas infelizmente nós não fomos ouvidos pela prefeitura. O comércio de Piraju não merece isso”, diz.

Ainda na entrevista, o presidente reafirmou seus argumentos contrários à feira. Segundo ele, as mercadorias têm procedência duvidosa e não possuem nota fiscal. Além disso, de acordo com Gastão, a qualidade dos produtos é questionável.

Em resposta, o diretor do atual Departamento de Relações Institucionais (antigo Departamento Jurídico), Marcos Tonon, disse à imprensa que o responsável pela feira apresentou todos os documentos exigidos pela legislação e ainda recolheu os tributos incidentes sobre esse tipo de comércio.

Marcos Tonon, diretor do Departamento de Relações Institucionais (FOTO: EP)

Questionado sobre o ofício assinado pelo delegado Sérgio Canevari, da Receita Federal de Marília, enviado à prefeitura no mês de março, de acordo com o qual a Feira do Brás “funciona como abrigo para diversas práticas ilícitas”, Tonon disse que, antes da emissão do alvará, a prefeitura consultou o órgão.

Segundo ele, “a resposta recebida por e-mail aponta que a prefeitura deve negar autorização para esse tipo de evento observada a legislação municipal. Se na legislação municipal tiver a proibição desse tipo de comércio, estaria então contrariando a legislação. Considerando que na nossa legislação municipal existe a previsão expressa do comércio eventual, entendeu-se que estava atendida a possibilidade da realização desse tipo de serviço ”.

Tonon disse que, em contato com o Posto Fiscal de Ourinhos, a prefeitura foi informada que a consulta tinha que ser feita com antecedência. Assim como aconteceu com a Receita Federal, o contato com o Posto Fiscal ocorreu no primeiro dia de funcionamento do evento.

Realizada entre os dias 15 e 18, a Feira do Brás contou com 17 barracas instaladas numa propriedade particular do Conjunto Sergio Garcia. Informações extra-oficiais apontam que, até domingo, os ambulantes tinham faturado aproximadamente R$ 250 mil.

A Feira do Brás foi instalada numa área particular do Conj. Sergio Garcia (FOTO: MFBI)

Um comentário:

Desmofando Morangos - Cauê Rigamonti disse...

Seria tão simples... Não há fiscais (da Prefeitura ou da Receita regional) que pudessem ser acionados para verificar se os produtos têm procedência, através de nota fiscal? Alguém(s) aí está (é) muito omisso!