quarta-feira, 6 de julho de 2016

João José diz que PCH será construída ‘goela a baixo’

Declaração foi feita na tribuna da Câmara Municipal

Na sessão ordinária de ontem, 5, o vereador João Fernando José (PMDB) fez uso da tribuna para afirmar que é inevitável a construção de mais uma usina hidrelétrica no município de Piraju, mais precisamente no último trecho natural do Rio Paranapanema. A declaração foi feita na tribuna da Casa de Leis.

João Fernando José (FOTO: Arquivo Expresso Piraju)

Porta-voz do Executivo na Câmara, o parlamentar deixou claro que a obra sairá do papel independentemente do consentimento do município. “Eu tenho certeza que essa usina será construída goela a baixo”, diz.

De acordo com ele, a cidade perdeu uma grande oportunidade de negociar com a ECBrasil, empresa responsável pelo projeto da PCH (Pequena Central Hidrelétrica) Piraju II. Num passado recente, a empresa foi alvo de protestos por parte de setores da sociedade. O insucesso das tratativas no âmbito municipal fez com que a ECBrasil passasse a questionar a constitucionalidade das leis que protegem o Paranapanema.

Por fim, o vereador relembrou a manifestação ocorrida no final de 2012, quando centenas de pessoas compareceram na Câmara para protestar contra três projetos de lei que pretendiam abrir caminho para o empreendimento. Por terem recebido parecer contrário do então assessor jurídico da Casa, José Silvestre, as matérias foram retiradas.

João José classificou os líderes da manifestação como “meia-dúzia de maresia”. Na sequência, ele cobrou os protestantes pelo fato de o município ter recusado qualquer diálogo com a ECBrasil. “Que essas pessoas arquem com o que poderia ter sido elencado ao município”, afirma.

PODER JUDICIÁRIO

O Ministério Público Federal de Ourinhos recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que reveja as decisões que autorizavam a construção da PCH Piraju II. Em janeiro de 2014, a agência revogou os despachos, porém voltou atrás e, depois de três meses, permitiu a construção do empreendimento.

Segundo o MPF, “a mudança de posicionamento da ANEEL se baseou nos argumentos da ECBrasil, que alega serem as leis municipais inconstitucionais, pois as questões ambientais seriam de competência estadual e federal”.

A agência tem até o início de agosto para emitir parecer sobre a recomendação do MPF.

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