Ela afirma que foi ofendida pela
filha do profissional
A estudante
Ana Beatriz Silva procurou a rádio Eduvale FM para apresentar sua versão sobre
o desentendimento ocorrido na noite da última segunda-feira, 31, na linha de
ônibus que transporta alunos de Piraju à Faculdade Sudoeste Paulista (FSP), em Avaré.
Ana Beatriz Silva (FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju) |
Diferentemente
da declaração dada à emissora pelo motorista Vanderlei Aparecido Rodrigues (leia mais), Beatriz alega que nenhum estudante chutou a porta da cabine do
coletivo. “Ele bateu na porta educadamente. Não houve nenhum tipo de falta de
educação. Eu estava sentada no primeiro banco e vi tudo”, diz.
Segundo ela,
o estudante dirigiu-se até a cabine após alguns alunos, que estavam nas últimas
poltronas do coletivo, terem visto que o motorista realizou uma “ultrapassagem perigosa”.
Beatriz afirma
que tanto o condutor quanto a filha dele, Elisângela Rodrigues, também usuária
da linha, agiram de maneira deseducada quando o estudante questionou o fato de
o ônibus ter feito algumas manobras durante o trajeto entre Avaré e Piraju.
“Ele só foi fazer um pedido. Eu acabei entrando no meio pedindo pra ele parar.
Na última vez, eu seguirei no braço dele e pedi pra ele deixar quieto”, conta.
Nesse
momento, a estudante alega que foi ofendida por Elisângela. “Ela pediu pra eu
calar a boca porque era um assunto que não dizia respeito a mim. Eu acho que a
segurança de 30 alunos diz respeito a todo mundo”, afirma.
Na
sequência, relata Beatriz, o motorista parou o ônibus no acostamento para
conversar com o aluno. “A discussão tomou uma proporção imensa. Nós ficamos uns
10 minutos parados enquanto os outros estavam indo. Metade das pessoas do
ônibus tinha que acordar cedo”, diz. A estudante afirmou que o condutor chegou
a oferecer a chave do coletivo para o estudante assumir o restante da viagem.
Sobre o fato
de o motorista ter deixado de levar os alunos aos seus respectivos pontos de
desembarque, Beatriz acredita que o profissional deveria ter acionado a empresa
para expor o caso e solicitar um motorista substituto. “Como é que você pede
para 30 alunos descer do ônibus porque você simplesmente não vai levar mais
ninguém? Isso foi ridículo”.
Durante o
trajeto, Beatriz encampou um abaixo-assinado contra o motorista. Com 30 assinaturas
(apenas três alunos preferiram não participar), o documento foi protocolado na
sede da Associação Pirajuense dos Estudantes Intermunicipais (APEI),
responsável pela contratação do transporte.
Abaixo-assinado protocolado na APEI (FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju) |
Beatriz e
outros dois alunos foram denunciados pelo motorista na Polícia Civil. Conforme divulgado,
Vanderlei alega ter sido caluniado, difamado e perturbado pelos estudantes. Em
resposta, a estudante disse que “a gente tem como provar tudo o que aconteceu”.
Além disso, ela relatou que o abaixo-assinado demonstra a insatisfação da imensa
maioria dos associados com os serviços prestados pelo motorista.
NOTA
O estudante
Gabriel Ruiz também foi denunciado pelo condutor. Ele enviou a seguinte nota ao
Expresso Piraju:
“Na volta da
linha FSP 1, em Avaré, o condutor do ônibus tentou uma ultrapassagem embaixo da
passarela que se encontra ao lado do Auto Posto Bizungão. Em seguida, ao invés
de continuar a viagem tranquilamente, ele ficou encostado na traseira do caminhão
que ele mesmo tentou ultrapassar. Logo, ao entrar na rodovia Avaré-Cerqueira
César, ele ficou tentando jogar a carreta para o acostamento como forma de ‘dar
o troco’ por não ter conseguido fazer a ultrapassagem. Nós já presenciamos
ultrapassagens em que ele tenta ultrapassar duas ou mais carretas, e um dos
motoristas segurou [sic] pra ele entrar na pista novamente para não haver
acidente. Acordamos com carros buzinando na estrada por erros de trânsito dele.
No início do ano, ele até colidiu em um carro na avenida atrás da faculdade.
Fico indignado com a falta de educação e mentiras ditas por ele quando afirma
que eu fui até a cabine do ônibus perguntar por que ele estava jogando o
veículo contra o outro. Ele diz que chutei a porte e gritei com a filha dele,
sendo que Elisângela gritava com outra aluna do meu lado, mandando a moça ‘calar
a boca’. O melhor é que, quase ao fim do percurso, 30 associados que estavam no
veículo assinaram um abaixo-assinado contra o serviço mal prestado pela
Elisângela e Vanderlei. O abaixo-assinado será levado para denúncia na
prefeitura juntamente com uma gravação em áudio do ocorrido. Os alunos estão
descontentes desde o começo do ano com o serviço de baixa qualidade deste
motorista e sua filha, pois eles expõem as pessoas que ligam na APEI e na
empresa quando reclamam dos serviços prestados por eles.”
PROVIDÊNCIAS
Diante do
ocorrido, o presidente da APEI, Thiago Ferraz, determinou a saída do condutor. “A
decisão foi minha e da empresa, porque esta também preza pela segurança de todos.
E mais: um caso isolado não pode deixar que os demais profissionais sejam
colocados como maus profissionais”, afirma.
“Eu também
faço uso do transporte e jamais colocaria os alunos, meus colegas, em situação
de risco. Quando houver algum problema, procurem primeiramente a APEI, pois é
na associação que os problemas são resolvidos.”
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