sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Aluna contesta versão apresentada por motorista

Ela afirma que foi ofendida pela filha do profissional

A estudante Ana Beatriz Silva procurou a rádio Eduvale FM para apresentar sua versão sobre o desentendimento ocorrido na noite da última segunda-feira, 31, na linha de ônibus que transporta alunos de Piraju à Faculdade Sudoeste Paulista (FSP), em Avaré.


Ana Beatriz Silva (FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju)

Diferentemente da declaração dada à emissora pelo motorista Vanderlei Aparecido Rodrigues (leia mais), Beatriz alega que nenhum estudante chutou a porta da cabine do coletivo. “Ele bateu na porta educadamente. Não houve nenhum tipo de falta de educação. Eu estava sentada no primeiro banco e vi tudo”, diz.

Segundo ela, o estudante dirigiu-se até a cabine após alguns alunos, que estavam nas últimas poltronas do coletivo, terem visto que o motorista realizou uma “ultrapassagem perigosa”.

Beatriz afirma que tanto o condutor quanto a filha dele, Elisângela Rodrigues, também usuária da linha, agiram de maneira deseducada quando o estudante questionou o fato de o ônibus ter feito algumas manobras durante o trajeto entre Avaré e Piraju. “Ele só foi fazer um pedido. Eu acabei entrando no meio pedindo pra ele parar. Na última vez, eu seguirei no braço dele e pedi pra ele deixar quieto”, conta.

Nesse momento, a estudante alega que foi ofendida por Elisângela. “Ela pediu pra eu calar a boca porque era um assunto que não dizia respeito a mim. Eu acho que a segurança de 30 alunos diz respeito a todo mundo”, afirma.

Na sequência, relata Beatriz, o motorista parou o ônibus no acostamento para conversar com o aluno. “A discussão tomou uma proporção imensa. Nós ficamos uns 10 minutos parados enquanto os outros estavam indo. Metade das pessoas do ônibus tinha que acordar cedo”, diz. A estudante afirmou que o condutor chegou a oferecer a chave do coletivo para o estudante assumir o restante da viagem.

Sobre o fato de o motorista ter deixado de levar os alunos aos seus respectivos pontos de desembarque, Beatriz acredita que o profissional deveria ter acionado a empresa para expor o caso e solicitar um motorista substituto. “Como é que você pede para 30 alunos descer do ônibus porque você simplesmente não vai levar mais ninguém? Isso foi ridículo”.

Durante o trajeto, Beatriz encampou um abaixo-assinado contra o motorista. Com 30 assinaturas (apenas três alunos preferiram não participar), o documento foi protocolado na sede da Associação Pirajuense dos Estudantes Intermunicipais (APEI), responsável pela contratação do transporte.


Abaixo-assinado protocolado na APEI (FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju)

Beatriz e outros dois alunos foram denunciados pelo motorista na Polícia Civil. Conforme divulgado, Vanderlei alega ter sido caluniado, difamado e perturbado pelos estudantes. Em resposta, a estudante disse que “a gente tem como provar tudo o que aconteceu”. Além disso, ela relatou que o abaixo-assinado demonstra a insatisfação da imensa maioria dos associados com os serviços prestados pelo motorista.

NOTA

O estudante Gabriel Ruiz também foi denunciado pelo condutor. Ele enviou a seguinte nota ao Expresso Piraju:

“Na volta da linha FSP 1, em Avaré, o condutor do ônibus tentou uma ultrapassagem embaixo da passarela que se encontra ao lado do Auto Posto Bizungão. Em seguida, ao invés de continuar a viagem tranquilamente, ele ficou encostado na traseira do caminhão que ele mesmo tentou ultrapassar. Logo, ao entrar na rodovia Avaré-Cerqueira César, ele ficou tentando jogar a carreta para o acostamento como forma de ‘dar o troco’ por não ter conseguido fazer a ultrapassagem. Nós já presenciamos ultrapassagens em que ele tenta ultrapassar duas ou mais carretas, e um dos motoristas segurou [sic] pra ele entrar na pista novamente para não haver acidente. Acordamos com carros buzinando na estrada por erros de trânsito dele. No início do ano, ele até colidiu em um carro na avenida atrás da faculdade. Fico indignado com a falta de educação e mentiras ditas por ele quando afirma que eu fui até a cabine do ônibus perguntar por que ele estava jogando o veículo contra o outro. Ele diz que chutei a porte e gritei com a filha dele, sendo que Elisângela gritava com outra aluna do meu lado, mandando a moça ‘calar a boca’. O melhor é que, quase ao fim do percurso, 30 associados que estavam no veículo assinaram um abaixo-assinado contra o serviço mal prestado pela Elisângela e Vanderlei. O abaixo-assinado será levado para denúncia na prefeitura juntamente com uma gravação em áudio do ocorrido. Os alunos estão descontentes desde o começo do ano com o serviço de baixa qualidade deste motorista e sua filha, pois eles expõem as pessoas que ligam na APEI e na empresa quando reclamam dos serviços prestados por eles.”

PROVIDÊNCIAS

Diante do ocorrido, o presidente da APEI, Thiago Ferraz, determinou a saída do condutor. “A decisão foi minha e da empresa, porque esta também preza pela segurança de todos. E mais: um caso isolado não pode deixar que os demais profissionais sejam colocados como maus profissionais”, afirma.

“Eu também faço uso do transporte e jamais colocaria os alunos, meus colegas, em situação de risco. Quando houver algum problema, procurem primeiramente a APEI, pois é na associação que os problemas são resolvidos.”

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