A família de Wandercy Nascimento
Junior, 49, está desde a semana passada enfrentando momentos difíceis no
hospital de Piraju. Na última terça-feira, 10, o paciente, que tem síndrome de
Down, sofreu um acidente doméstico.
Wandercy precisa receber uma prótese no joelho (FOTO: Elaine Cristina dos Santos/Acervo pessoal) |
De acordo com a cunhada dele, Elaine
Cristina dos Santos, Wandercy fraturou o fêmur após cair de uma cadeira. Por
ser um caso de alta complexidade, o hospital não dispõe de estrutura para esse
tipo de cirurgia.
Ontem, o paciente foi encaminhado para
Avaré, que é a primeira referência do município em situações como essa. A
transferência se deu após a disponibilidade da chamada “vaga zero”, conceito
segundo o qual a unidade de saúde, mesmo sem condições, deve receber pacientes
nos casos em que não há outra possibilidade de encaminhamento.
“Quando chegamos lá, o médico explicou
que, se fosse uma outra prótese, até poderia ter sido feita lá, mas a prótese
dele tem que ser outra porque ele é uma pessoa especial, com síndrome de Down e
com quase 50 anos”, diz Elaine.
Segundo a cunhada, os médicos sugeriram
que Wandercy esperasse a vaga em Avaré, porém os familiares do paciente decidiram
trazê-lo de volta.
A demora está comprometendo aos poucos a
saúde do morador, que já perdeu peso e apresenta manchas avermelhadas nas
costas por estar na mesma posição há quase uma semana.
A reportagem do Expresso Piraju apurou
que, pelo fato de Avaré não ter providenciado o encaminhamento do paciente para
uma unidade hospitalar apropriada para a situação – no caso, a UNESP de
Botucatu –, todas as providências competentes ao município voltaram à estaca
zero.
“O nosso sistema de saúde está crítico.
Eu costumo falar que, se alguém cair, dependendo da situação, vai ficar até
morrer”, lamenta Elaine.
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