sábado, 7 de março de 2020

Família relata descaso no pronto-socorro de Piraju

Paciente acabou morrendo em Botucatu depois de passar por duas cirurgias

A família de Maria do Rosário da Cunha, 74, acusa o pronto-socorro de Piraju de não ter prestado atendimento adequado à idosa.

Maria do Rosário da Cunha tinha morava na Vila Tibiriçá
FOTO: Arquivo pessoal

No dia 28 de fevereiro, Maria sofreu um AVC em sua residência e foi levada às pressas por familiares até a unidade de emergência. A família alega que fez uso de um carro particular porque houve demora por parte do 192.

Ao dar entrada no pronto-socorro, Maria do Rosário foi medicada. Segundo a filha da idosa, Eva Maria da Cunha, o médico agiu de forma grosseira com a paciente. “Onde que se viu o médico apontar o dedo na cara de uma senhora de 74 anos e falar que não era o momento dela estar gritando? A minha mãe já estava com AVC, já tinha estourado a veia da cabeça dela. Ela tinha pressão alta”, relata.

Por conta da gravidade do caso, Maria do Rosário foi transferida para Avaré e logo na sequência para Botucatu. Eva afirma que a equipe médica de Botucatu informou à família que o pronto-socorro de Piraju falhou ao não ter prestado atendimento compatível com o quadro da paciente.

“Se eles tivessem entubado a minha mãe no momento que ela chegou, e não apontado o dedo na cara dela, a minha mãe estaria viva e não estaria dentro de um túmulo”, diz.

A família também afirma que foi impedida de ficar com a paciente durante o atendimento, o que acabou gerando um desentendimento com o porteiro da unidade.

Eva questiona a transferência de sua mãe para Avaré. Para ela, a medida foi uma forma encontrada pelo pronto-socorro para se eximir de qualquer responsabilidade em relação à paciente. “A demora foi aqui. Sempre é a desculpa deles. Quando eles vêm que o caldo vai sobrar pra eles, eles transferem”, afirma.

Alexandre Guilherme dos Santos é genro de Maria do Rosário. Ele acompanhou toda a situação. Indignado com o ocorrido, Alexandre diz que espera das autoridades. “Queremos mais assistência para a população. Nós somos reses humanos, de carne e osso. Nós não somos animais.

Maria do Rosário faleceu três dias após dar entrada no pronto-socorro de Piraju. Ela morreu em Botucatu, onde foi submetida a duas cirurgias.

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