Profissional cobra mudança de comportamento das pessoas para evitar disseminação
DIEGO DOS
REIS
A médica Yaeko Kawata procurou a reportagem na noite da última sexta-feira, 25, para informar que o hospital de Piraju está passando por um momento “terrível”. Segundo a profissional, a situação se deve à escalada de pacientes diagnosticados com coronavírus.
FOTO: Arquivo pessoal |
“Você não sabe qual é o mais grave. Todos são graves e estão evoluindo super mal. A gente não consegue liberar leito porque são muitos graves. Não saindo de alta, mais gente aparece e acaba sendo internada. Lá em cima, no apartamento, sempre está cheio”, relata.
Yaeko disse que, graças a uma autorização da DRS de Bauru, o hospital passou a solicitar leitos clínicos para desafogar a unidade. Mesmo assim, a demanda continua alta. Ontem, a taxa de ocupação estava em 164%. Sete pacientes estavam em leitos improvisados.
“A gente não precisava passar por isso. Se a população não mudar, não se conscientizar, tudo que for feito não vai dar certo. Por mais que se feche às 18h, o povo faz festa na casa. Se tem um contaminado, é o que basta pra todo mundo se contaminar”, afirma.
A médica demonstrou esgotamento ao falar sobre sua rotina no hospital de Piraju. “Eu posso adoecer. Eu já não estou aguentando mais. A gente abre mão da família, dos filhos, pra cuidar dos filhos dos outros. Só que as pessoas não pensam nisso.”
Yaeko disse que os diagnosticados com a doença e que são orientados a manter o isolamento domiciliar devem tomar todos os cuidados não para não espalhar a doença. No momento, 256 casos ativos estão nesta condição.
“Tem que morrer alguém da família pra entender como o negócio funciona? Não precisa morrer ninguém. Não precisa ninguém ficar doente. Só precisa ter amor ao próximo. Não tem outro nome. É egoísmo”, desabafa.
Desde o início da pandemia, a doença já matou 73 pacientes de Piraju. De janeiro até hoje, o município registrou 63 óbitos, o que equivale a mais de 10 mortes por mês.
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