quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Na Câmara, cidadãos denunciam negligência da prefeitura de Piraju

Um dos pontos diz respeito ao descumprimento de leis municipais

DIEGO DOS REIS

Voluntários ligados à causa animal participaram ontem, 15, de uma reunião na Câmara Municipal. O encontro ocorreu a pedido da Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI).

Gatos abrigados pelo cidadão Victor Hugo da Motta; animais vivem em um ferro-velho
FOTO: Diego dos Reis/AEP

Dos 11 vereadores, 7 participaram da reunião. Estiveram ausentes Erico José Tavares (Solidariedade), Genival Borges (PP), José Carlos Garcia (PV) e Valberto Zanata (PSDB).

Os voluntários apresentaram aos parlamentares vários problemas que continuam sendo negligenciados no município por força da ausência de políticas públicas efetivas para lidar com a demanda cada vez mais crescente de animais abandonados.

Além dos membros da diretoria da entidade, a reunião contou com a presença de dois cidadãos que há anos cuidam sozinhos de uma quantidade expressiva de gatos: Victor Hugo da Motta e Luiza Corona. Os munícipes relataram que enfrentam uma situação insustentável em razão da falta de um espaço adequado para abrigar os animais.

Voluntários durante reunião com os vereadores
FOTO: Assessoria de Comunicação da Câmara

A diretoria da APRAPI informou que, em reunião no dia 12 de julho com o Ministério Público, conseguiu o desarquivamento da ação civil pública que resultou na construção de um gatil e canil em frente ao Centro de Controle de Zoonoses. A entidade alega que a obra foi feita de forma improvisada apenas para atender uma exigência do Poder Judiciário.

Os associados expuseram o descumprimento de leis municipais e de compromissos firmados pelo atual governo. Um deles foi assumido em agosto de 2018. Na oportunidade, a prefeitura garantiu que iria promover campanhas de conscientização, levantamento dos animais pelo setor da saúde, orientações casa a casa pelos agentes comunitários de saúde, aplicação de multas, entre outras ações.

A APRAPI procurou mostrar que a prefeitura, apesar de cobrada acerca dos trabalhos que precisam ser executados para atender a questão animal, não trata o assunto com prioridade, preferindo “apagar incêndios” a ter que atacar as causas do problema.

O presidente da associação, Diego dos Reis de Oliveira, sugeriu a compra coletiva de microchip através da AMVAPA (Consórcio Intermunicipal do Alto Vale do Paranapanema), de forma a facilitar o trabalho de identificação dos animais e permitir que, em caso de abandono, por exemplo, o proprietário seja responsabilizado.

Ele também citou que, na condição de membro titular do Conselho Municipal de Saúde, teve sua proposta referendada pelo órgão para que funcionários públicos passassem a fazer o levantamento qualitativo dos animais domiciliados em Piraju. Até hoje, a decisão do conselho não foi posta em prática.

Por essas e outras, a associação solicitou a intervenção dos vereadores no sentido de que o Ministério Público seja acionado para exigir que a prefeitura deixe de ser negligente com a questão animal.

Os parlamentares ficaram estarrecidos com o relato dos voluntários e prometeram dar atenção ao caso.

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