Pais decidem procurar a polícia para esclarecer acidente com bebê

Informações desencontradas resultaram na elaboração de um boletim de ocorrência

DIEGO DOS REIS

Três meses após o acidente que deixou sequelas graves na pequena Ana Clara Silveira Andrade, os pais da criança resolveram registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil de Piraju.

FOTO: Diego dos Reis

Na semana passada, Paulo Roberto Ramos Andrade conversou com a reportagem para falar sobre o caso da sua filha. Ainda abalado com o ocorrido, o entregador de lanches relatou como a família vem se mantendo para cuidar da bebê. “A saúde dela vai ser essa assim e não tem reversão para o caso dela. Só o fato dela estar aqui com a gente já é uma grande vitória”, diz.

No dia 29 de junho, Ana Clara caiu em um balde com água. Ela estava sob os cuidados de uma babá quando tudo aconteceu. Na sequência, a criança foi encaminhada ao ESF Centro-Rural e, logo depois, ao pronto-socorro.

Por conta da gravidade do caso, a criança foi transferida para a UNESP de Botucatu, onde permaneceu até meados de agosto. Na unidade, a bebê enfrentou duas cirurgias.

Além de ter perdido os movimentos em razão da falta de oxigênio gerada pelo acidente, Ana Clara faz uso de traqueostomia e gastrostomia. Todos os dias, ela é acompanhada por uma fisioterapeuta particular. A bebê ainda viaja semanalmente para avaliação em Botucatu.

A decisão de procurar a polícia foi motivada pelo desencontro de informações sobre o caso e pela suspeita de que o encaminhamento da criança ao pronto-socorro não ocorreu de forma célere. “Nós queremos saber realmente o que aconteceu. Nós sabemos que o acidente ocorreu em um balde. Nós queremos saber porque houve tanta demora. Ela ficou quase uma hora para depois chegar no hospital. Acidentes acontecem, e nós não culpamos ninguém por isso”, diz Andrade.

O pai da criança quer saber como foi a atuação do ESF Centro-Rural quando Ana Clara deu entrada na unidade. “Se no momento em que ela [a babá] levou a Ana no posto a bebê tivesse sido atendida às pressas, não teria acontecido todas as lesões no cérebro”, afirma.

Enquanto aguarda uma resposta convincente a respeito do acidente, a família vem lutando para garantir o máximo de conforto e saúde à bebê. Os interessados em ajudar podem ligar ou enviar mensagem no (14) 99768-4976.