Prefeito garante que patrimônio não
está sofrendo nenhum tipo de destruição
Em entrevista
a duas emissoras de rádio, o prefeito Jair César Damato (PMDB) teceu duras
críticas aos cidadãos que estão protestando contra a revitalização da orla da
represa Paranapanema e da Praça Benedito Silveira Camargo (Brasilinha). De
acordo com ele, a mobilização é desnecessária e tem viés eleitoreiro.
Jair César Damato (ARQUIVO: Expresso Piraju) |
“Nós não
estamos liquidando o passado, mas sim fazendo a adequação para poder servir
melhor as pessoas. Ninguém está acabando com o patrimônio”, garante. Segundo
Damato, a estrutura do local está “comprometida” em razão da falta de um
sistema de drenagem, fato que, de acordo com ele, coloca em risco a segurança
dos pedestres.
Além disso, o
prefeito disse que a revitalização proporcionará acessibilidade a idosos e
cadeirantes às margens do Rio Paranapanema, uma vez que o projeto prevê a
construção de rampas e corrimãos.
Outro ponto
previsto no projeto diz respeito ao alargamento da calçada, que passará a
contar com piso intertravado, a exemplo do serviço realizado na Rua Carlos de
Campos. Já a calçada inferior, situada às margens do rio, será pavimentada com
mosaico português.
Duas
intervenções que revoltaram vários cidadãos referem-se à demolição da mureta de
balaustres e a construção de três quiosques ao longo do trecho que será
revitalizado. No primeiro caso, o projeto prevê a substituição do ornamento,
construído na década de 60, por um guarda-corpo de vidro laminado. Sobre os
quiosques, o prefeito limitou-se a dizer que, após a conclusão da obra, eles
poderão ser explorados comercialmente.
Damato
também procurou esclarecer que a aprovação do projeto seguiu todos os trâmites
legais, o que contraria a denúncia formulada por Ricardo Assaf, membro do
Conselho de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural. De acordo com ele, o conselho
não emitiu parecer favorável à obra. Em entrevista ao jornal Folha de Piraju,
Assaf disse que “antes de você construir nessa praça tem que ser feita uma
análise pela câmara técnica do conselho para ver se a obra não agride o
tombamento, não deteriora e não descaracteriza o bem tombado”.
Protocolada
no Ministério Público, a denúncia de Assaf resultou na abertura de uma ação
civil pública, a qual pede, entre outras coisas, a paralisação da obra e a
recomposição da área que já sofreu as intervenções. De acordo com informações
extra-oficiais, o pedido de liminar apresentado pelo MP ainda não foi apreciado
pelo juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto.
Empresa contratada para executar o projeto durante colocação dos tapumes (FOTO: Panema Vivo) |
‘RECADO’
Indignado
com as manifestações contrárias ao projeto, o prefeito classificou os protestos
como um “festival de bobagem” levado a cabo por “pessoas infantis”. Focado nos “ambientalistas”,
Damato afirmou que a mobilização é fruto de “fanatismo” e de um “saudosismo
doentio”.
MANIFESTAÇÃO
No próximo
sábado, 14, a partir das 15h, a Praça Benedito Silveira Camargo será palco de
um ato em defesa da preservação do local. Em paralelo, os contrários à obra
criaram uma petição virtual para exigir o fim da revitalização.
OBRA
Orçada em
mais de R$ 500 mil, a revitalização da orla está sendo financiada pelo
Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (DADE), órgão da
Secretaria de Turismo do Estado de Paulo. O recurso correspondente ao DADE
2014.
Um comentário:
A cidade precisa ser restaurada, e não reformada!
Postar um comentário