domingo, 8 de maio de 2016

Damato diz que movimento contra revitalização da Brasilinha é ‘saudosismo doentio’

Prefeito garante que patrimônio não está sofrendo nenhum tipo de destruição

Em entrevista a duas emissoras de rádio, o prefeito Jair César Damato (PMDB) teceu duras críticas aos cidadãos que estão protestando contra a revitalização da orla da represa Paranapanema e da Praça Benedito Silveira Camargo (Brasilinha). De acordo com ele, a mobilização é desnecessária e tem viés eleitoreiro.

Jair César Damato (ARQUIVO: Expresso Piraju)
“Nós não estamos liquidando o passado, mas sim fazendo a adequação para poder servir melhor as pessoas. Ninguém está acabando com o patrimônio”, garante. Segundo Damato, a estrutura do local está “comprometida” em razão da falta de um sistema de drenagem, fato que, de acordo com ele, coloca em risco a segurança dos pedestres.

Além disso, o prefeito disse que a revitalização proporcionará acessibilidade a idosos e cadeirantes às margens do Rio Paranapanema, uma vez que o projeto prevê a construção de rampas e corrimãos.

Outro ponto previsto no projeto diz respeito ao alargamento da calçada, que passará a contar com piso intertravado, a exemplo do serviço realizado na Rua Carlos de Campos. Já a calçada inferior, situada às margens do rio, será pavimentada com mosaico português.

Duas intervenções que revoltaram vários cidadãos referem-se à demolição da mureta de balaustres e a construção de três quiosques ao longo do trecho que será revitalizado. No primeiro caso, o projeto prevê a substituição do ornamento, construído na década de 60, por um guarda-corpo de vidro laminado. Sobre os quiosques, o prefeito limitou-se a dizer que, após a conclusão da obra, eles poderão ser explorados comercialmente.

Damato também procurou esclarecer que a aprovação do projeto seguiu todos os trâmites legais, o que contraria a denúncia formulada por Ricardo Assaf, membro do Conselho de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural. De acordo com ele, o conselho não emitiu parecer favorável à obra. Em entrevista ao jornal Folha de Piraju, Assaf disse que “antes de você construir nessa praça tem que ser feita uma análise pela câmara técnica do conselho para ver se a obra não agride o tombamento, não deteriora e não descaracteriza o bem tombado”.

Protocolada no Ministério Público, a denúncia de Assaf resultou na abertura de uma ação civil pública, a qual pede, entre outras coisas, a paralisação da obra e a recomposição da área que já sofreu as intervenções. De acordo com informações extra-oficiais, o pedido de liminar apresentado pelo MP ainda não foi apreciado pelo juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto.

Empresa contratada para executar o projeto durante colocação dos tapumes (FOTO: Panema Vivo)

‘RECADO’

Indignado com as manifestações contrárias ao projeto, o prefeito classificou os protestos como um “festival de bobagem” levado a cabo por “pessoas infantis”. Focado nos “ambientalistas”, Damato afirmou que a mobilização é fruto de “fanatismo” e de um “saudosismo doentio”.

MANIFESTAÇÃO

No próximo sábado, 14, a partir das 15h, a Praça Benedito Silveira Camargo será palco de um ato em defesa da preservação do local. Em paralelo, os contrários à obra criaram uma petição virtual para exigir o fim da revitalização.

OBRA

Orçada em mais de R$ 500 mil, a revitalização da orla está sendo financiada pelo Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (DADE), órgão da Secretaria de Turismo do Estado de Paulo. O recurso correspondente ao DADE 2014. 

Um comentário:

Clau disse...

A cidade precisa ser restaurada, e não reformada!