Prefeitura age de forma ‘negligente’
até mesmo para propor soluções paliativas
A situação dos animais encontrados
soltos no município de Piraju poderia ser resolvida se duas leis municipais fossem
cumpridas pela prefeitura.
Cachorro flagrado na manhã de hoje, 31, dormindo em praça do Conjunto José Maria Arbex (FOTO: Diego dos Reis/Expresso Piraju) |
Sancionado em 1962 pelo ex-prefeito Angelo
Dell’Agnolo Sobrinho, o Código de Posturas (lei municipal nº 462) prevê, no seu
artigo 65º, que “é proibida a permanência de animais nas vias públicas e
logradouros públicos, sob pena de apreensão e multa per capita”.
- A segunda lei é mais recente. Trata-se da 3.057/2007, que dispõe sobre a criação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). No seu artigo 5º, a lei mantém praticamente a mesma redação do Código de Posturas ao dizer que “é proibida a permanência de animais soltos nas vias e logradouros públicos ou locais de livre acesso ao público”.
Mais adiante, no artigo 8º, a lei
garante que o animal encontrado nessas condições “será apreendido e levado ao
Centro de Controle de Zoonoses”.
Destaca-se
ainda a lei municipal nº 3.984/2017, que prevê a criação do “disque-denúncia de
maus tratos e abandono no município de Piraju”. A lei foi sancionada em julho
do ano passado, com prazo de regulamentação até outubro do mesmo ano. A
situação se arrasta até hoje.
A Associação
Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI) reconhece as limitações da prefeitura.
Contudo, a entidade qualifica como “negligente” a situação da prefeitura diante
de ações que poderiam atenuar o problema.
Segundo a
entidade, a identificação dos proprietários dos animais que estão soltos é o
primeiro passo, pois isso possibilita a aplicação de penalidades caso o cidadão
continue agindo em desacordo com a posse responsável.
Outra medida
consiste na realização periódica de feiras de adoção para manter uma certa
rotatividade de baias no CCZ. A associação entende que as feiras devem ser
feitas de forma descentralizada, já que a sede do órgão fica distante da
cidade, especialmente para aquelas pessoas que não têm condução.
Em paralelo,
a APRAPI considera fundamental que os animais cujos proprietários não forem localizados
sejam alimentados, vacinados e castrados. A medida, segundo a entidade, é uma forma de
garantir o bem-estar, segurança e a saúde dos animais até que eles possam ser recolhidos
pelo CCZ ou adotados. A esterilização também é crucial para que a população
animal no município não continue aumentando.
A associação
entende que a aplicação de multas deve ser rígida e, por consequência,
publicada nos canais oficiais da prefeitura e na imprensa, de modo a inibir
novos casos. De acordo com a APRAPI, a população desconhece as ações punitivas
do CCZ com relação a animais, já que o órgão costuma dar publicidade somente a
situações que estejam ligadas às zoonoses.