Prefeito sugere que entidade encerre
as atividades e passe a cobrar a administração
O presidente
da Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI), Diego dos Reis de
Oliveira, questionou o prefeito Jair César Damato (PMDB) a respeito do
atendimento prestado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). As cobranças
ocorreram durante entrevista concedida pelo chefe do Executivo a uma emissora
de rádio.
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Prefeito Jair César Damato apenas deixou de responder quem assumirá as despesas
dos 12 cachorros que foram recolhidos pela APRAPI após negativa do CCZ quanto ao
recolhimento dos animais (FOTO: Expresso Piraju) |
Segundo o
voluntário, a lei municipal nº 3.057/2007, que dispõe sobre as atribuições do
CCZ, não está sendo plenamente cumprida pela prefeitura, a começar pelo artigo
que versa sobre o recolhimento de animais soltos nas vias públicas por parte do
órgão. De acordo com Oliveira, alguns moradores que encontram cachorros e gatos
abandonados na cidade não conseguiram apoio do CCZ.
O
responsável pela entidade disse que os animais resgatados pelos munícipes não
foram recolhidos pela prefeitura, uma vez que não há espaço nas baias do CCZ.
Segundo ele, os mesmos moradores foram orientados pelo órgão a procurar a APRAPI.
Ocorre que
os solicitantes receberam a informação de que, uma vez ligando para a entidade,
os voluntários iriam promover o recolhimento dos animais. Uma das ligações
feitas à associação foi gravada pelo voluntário como prova de que a orientação
prestada pelo CCZ ignora a lei que estabelece as obrigações ao órgão, bem como
desrespeita as limitações da entidade, cujo trabalho não consiste em abrigar
animais abandonados.
O presidente
da APRAPI fez questão de mencionar uma solicitação feita pela entidade ao CCZ
envolvendo uma cadela e 11 filhotes que foram encontrados na zona rural. Como se
não bastasse a negativa do órgão em recolher os animais, a prefeitura disse que
não poderia imunizar os animais. No fim das contas, a própria entidade recorreu
a duas clínicas particulares da cidade para solicitar atendimento.
Indignado,
Diego questionou o prefeito sobre quem irá pagar as despesas, já que a
administração deixou de oferecer um serviço previsto em lei. Vale destacar que
a APRAPI não recebe verba pública. A receita da entidade é proveniente de
eventos beneficentes, os quais não têm sido suficientes para liquidar os gastos
oriundos de atendimentos que deveriam ser prestados pelo município.
Por fim, o
voluntário afirmou que a associação “está sendo duramente penalizada” pela ineficiência
do município.
Em resposta,
Damato elogiou o trabalho prestado pela entidade e reconheceu que o papel da
prefeitura não vem sendo cumprido nos casos envolvendo animais abandonados. O
prefeito pediu que o voluntário procure a administração para oficializar a
queixa, de forma a permitir que a prefeitura adote as providências para
esclarecer as acusações.
Segundo o
chefe do Executivo, o momento exige que a prefeitura priorize o atendimento
prestado ao ser humano. “Eu tenho que fazer opção, e a minha opção é por
pessoas”, afirma. “Nós não temos recursos para abraçar como deveríamos abraçar.”
Damato disse que a atual gestão realizou vários pedidos a deputados, porém, até
o momento, as verbas não foram liberadas.
Sobre a
alegação de que a associação está sendo penalizada, o prefeito sugeriu que a
entidade encerre as atividades e passe a fiscalizar o município. “Se a APRAPI
está cansada, se ela não tem força, então desista disso e joga a
responsabilidade para a prefeitura. A prefeitura tem que se virar pra resolver
isso aí”, conta.
Na semana
que vem, todos os pontos levantados pela diretoria da APRAPI serão discutidos
numa reunião a portas fechadas no gabinete do prefeito. A associação irá
apresentar gravações que depõem contra o atendimento prestado pelo CCZ.
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Clique no player e confira a participação do voluntário no programa que contou com a presença do prefeito Jair César Damato