Responsável pelo CCZ alegou falta de
espaço nas baias para recolher o animal
Dois
filhotes de gato foram abandonados numa residência localizada na Rua Cel. Nhonhô
Braga, Jardim São Lourenço. O caso aconteceu por volta das 22h da última segunda-feira, 22.
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Um dos filhotes (à esq.) morreu dias depois de ser abandonado na residência
(FOTO: Cynthia Martins Ferrazi/Arquivo pessoal) |
A
proprietária da residência, Cynthia Martins Ferrazi, não viu quem abandonou os
animais. Ela só tomou conhecimento da situação quando os gatos começaram a
fazer barulho. “Eles começaram a raspar a porta da minha casa. Eu os recolhi
porque estava muito frio”, diz.
Após ser
orientada pela Associação Protetora dos Animais de Piraju (APRAPI), Cynthia
procurou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). De acordo com ela, o chefe do órgão,
Marcelo Vieira, informou que o órgão “não tinha a obrigação de recolher animais
abandonados, somente animais doentes ou atropelados”.
Ainda
segundo a moradora, Vieira “mandou” que ela procurasse uma voluntária da
APRAPI, conhecida por cuidar de animais abandonados. “Eu levei os animais até
lá, mas ela não pôde ficar porque já cuida de muitos animais sem ajuda da
prefeitura”, conta.
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A lei municipal n 3.057/2007 obriga o Centro de Controle de Zoonoses
a recolher animais encontrados em situação de abandono |
Sem saída,
Cynthia se viu obrigada a oferecer lar temporário aos gatos. A cidadã divulgou
o caso nas redes sociais na esperança de que alguém se prontificasse a adotar
os animais, porém nenhum interessado se manifestou até o momento.
Na manhã de
hoje, um dos gatos morreu. De acordo com a moradora, o animal estava bastante
debilitado.
OUTRO LADO
Procurado
para comentar o caso, o responsável pelo CCZ disse que não recolheu os animais por
falta de espaço nas baias. Vieira informou que apenas “sugeriu” que Cyntia
procurasse a voluntária da entidade. O chefe se comprometeu a conversar novamente
com as veterinárias do órgão para avaliar a possibilidade de o gato ser
recolhido na semana que vem.
O diretor do
Departamento Administrativo, Paulo Sara, também se manifestou. Segundo ele, “a
prefeitura não está estruturada para atender casos como esse que estão surgindo”.
O assessor relatou ainda que uma reunião será feita na próxima semana para “estabelecer
um padrão de atendimento para esses casos”.
“Se o CCZ
não pode acolher por falta de local para abrigar os animais, terá que dar ao
menos uma atenção e encaminhamento para o caso”, finaliza.